ONU denuncia uso excessivo de força contra manifestantes na Venezuela
Jamil Chade
01/05/2019 13h41
GENEBRA – Em um dia considerado crítico na Venezuela, a ONU alerta para o comportamento das forças de segurança e pede que todas as partes renunciem à violência.
"O Escritorio das Nações Unidas para os Direitos Humanos está extremadamente preocupado pelas informações sobre o uso excessivo da força cometido pelas forças de segurança contra manifestantes na Venezuela", declarou a entidade, por meio de sua porta-voz, Marta Hurtado. Segundo a ONU, dezenas de feridos foram registrados, assim como "muitos outros detidos".
"Diante dos protestos planejados para hoje, fazemos um achacado a todas as partes para que mostrem máxima moderação e às autoridades para que respeitem o direito de reunião pacífica", declarou a porta-voz. "Também advertimos contra o uso de uma linguagem que incite à violência", declarou o escritório, liderado por Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile.
"Recordamos às autoridades estatais de sua obrigação de assegurar a proteção aos direitos humanos de todas as pessoas, sem importar sua filiação política", disse.
"Todas as partes devem renunciar ao uso da violência. Pedimos aos líderes políticos que estabeleçam discussões significativas para resolver a crise atual", completou Marta Hurtado.
Sobre o autor
Com viagens a mais de 70 países, Jamil Chade percorreu trilhas e cruzou fronteiras com refugiados e imigrantes, visitou acampamentos da ONU na África e no Oriente Médio e entrevistou heróis e criminosos de guerra.Correspondente na Europa há duas décadas, Chade entrou na lista dos 50 jornalistas mais admirados do Brasil (Jornalistas&Cia e Maxpress) em 2015 e foi eleito melhor correspondente brasileiro no exterior em duas ocasiões (Prêmio Comunique-se). De seu escritório dentro da sede das Nações Unidas, em Genebra, acompanhou algumas das principais negociações de paz do atual século e percorre diariamente corredores que são verdadeiras testemunhas da história. Em sua trajetória, viajou com dois papas, revelou escândalos de corrupção no esporte, acompanhou o secretário-geral da ONU pela África e cobriu quatro Copas do Mundo. O jornalista paulistano também faz parte de uma rede de especialistas no combate à corrupção da entidade Transparencia Internacional, foi presidente da Associação da Imprensa Estrangeira na Suíça e contribui regularmente com veículos internacionais como BBC, CNN, CCTV, Al Jazeera, France24, La Sexta e outros. Chade é autor de cinco livros, dois dos quais foram finalistas do Prêmio Jabuti.
Sobre o blog
Afinal, onde começam os Direitos Humanos? Em pequenos lugares, perto de casa — tão perto e tão pequenos que eles não podem ser vistos em qualquer mapa do mundo. No entanto, estes são o mundo do indivíduo; a vizinhança em que ele vive; a escola ou universidade que ele frequenta; a fábrica, quinta ou escritório em que ele trabalha. Tais são os lugares onde cada homem, mulher e criança procura igualdade de justiça, igualdade de oportunidade, igualdade de dignidade sem discriminação. A menos que esses direitos tenham significado aí, eles terão pouco significado em qualquer outro lugar. Sem a ação organizada do cidadão para defender esses direitos perto de casa, nós procuraremos em vão pelo progresso no mundo maior. (Eleanor Roosevelt)