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Pela 1a vez, mais da metade da população mundial tem acesso à Internet

Jamil Chade

12/04/2019 12h00

Acesso universal, porém, só ocorrerá no ano de 2050 nos países em desenvolvimento 

 

GENEBRA – O mundo terminou o ano de 2018 com uma marca inédita. Pela primeira vez, mais da metade da população do planeta tem acesso à Internet. São 3,9 bilhões de usuários, segundo a agência da ONU para as Telecomunicações (UIT).

Com 51,2% do planeta atendido, porém, a constatação é de que ainda existe uma profunda desigualdade entre as diferentes regiões. Nos países ricos, a média é de 80% de penetração da Internet. Nos países em desenvolvimento, porém, a taxa é de apenas 45%.

A UIT destaca que, em dez anos, uma revolução ocorreu. Nos países mais pobres, a taxa de penetração da Internet era de apenas 7% em 2006. Na África, ela passou de 2,1% em 2005 para 24,4% em 2018.

No atual ritmo, os países em desenvolvimento terão de aguardar até 2050 para que 90% de sua população tenha acesso à rede mundial de computadores que, na última década, revolucionou o mundo.

O levantamento também estima que, em 2018, metade das residências no mundo tinha pelo menos um computador. Em 2005, essa taxa era de 25%.

Mas, uma vez mais, a disparidade é profunda. Nos países ricos, o índice é de 83%. Nos emergentes, ela não chega a 37%. No grupo dos 30 países mais pobres do mundo, menos de 10% das residências tem um computador. No continente africano, a taxa passou de 3,6% em 2005 para 9,2% em 2018.

Outra constatação, porém, é de que a penetração de celulares explodiu. Hoje, 96% da população mundial tem cobertura de rede de celulares.

"Ao final de 2018, passamos a marca de 50% da população com Internet", disse Houlin Zhao, secretário-geral da UIT. "Esse é um passo importante na direção de uma sociedade mais inclusiva. Mas muitos ainda estão esperando para tirar proveito da economia digital", alertou. Para ele, a revolução digital "não pode deixar ninguém para trás".

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Sobre o autor

Com viagens a mais de 70 países, Jamil Chade percorreu trilhas e cruzou fronteiras com refugiados e imigrantes, visitou acampamentos da ONU na África e no Oriente Médio e entrevistou heróis e criminosos de guerra.Correspondente na Europa há duas décadas, Chade entrou na lista dos 50 jornalistas mais admirados do Brasil (Jornalistas&Cia e Maxpress) em 2015 e foi eleito melhor correspondente brasileiro no exterior em duas ocasiões (Prêmio Comunique-se). De seu escritório dentro da sede das Nações Unidas, em Genebra, acompanhou algumas das principais negociações de paz do atual século e percorre diariamente corredores que são verdadeiras testemunhas da história. Em sua trajetória, viajou com dois papas, revelou escândalos de corrupção no esporte, acompanhou o secretário-geral da ONU pela África e cobriu quatro Copas do Mundo. O jornalista paulistano também faz parte de uma rede de especialistas no combate à corrupção da entidade Transparencia Internacional, foi presidente da Associação da Imprensa Estrangeira na Suíça e contribui regularmente com veículos internacionais como BBC, CNN, CCTV, Al Jazeera, France24, La Sexta e outros. Chade é autor de cinco livros, dois dos quais foram finalistas do Prêmio Jabuti.

Sobre o blog

Afinal, onde começam os Direitos Humanos? Em pequenos lugares, perto de casa — tão perto e tão pequenos que eles não podem ser vistos em qualquer mapa do mundo. No entanto, estes são o mundo do indivíduo; a vizinhança em que ele vive; a escola ou universidade que ele frequenta; a fábrica, quinta ou escritório em que ele trabalha. Tais são os lugares onde cada homem, mulher e criança procura igualdade de justiça, igualdade de oportunidade, igualdade de dignidade sem discriminação. A menos que esses direitos tenham significado aí, eles terão pouco significado em qualquer outro lugar. Sem a ação organizada do cidadão para defender esses direitos perto de casa, nós procuraremos em vão pelo progresso no mundo maior. (Eleanor Roosevelt)


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