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Bolsonaro supera Trump e é líder mundial com maior interação no Facebook

Jamil Chade

10/04/2019 04h30

Jair Bolsonaro e Donald Trump em coletiva de imprensa na Casa Branca (REUTERS)

 

GENEBRA – O presidente Jair Bolsonaro pode não ter conseguido avançar suas promessas de campanha nos cem primeiros dias de governo. Mas ele se estabelece como o líder com maior número de interações no mundo em sua página Facebook.

Em doze meses, a página de Bolsonaro registrou 145 milhões de interações, quase duas vezes mais que a de Trump, com 84 milhões.

O levantamento está sendo publicado nesta quarta-feira em Genebra pela agência de comunicação Burson Cohn & Wolfe. De acordo com o estudo, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, é o líder em seguidores no Facebook, com mais de 42,5 milhões em sua página pessoal.

Trump vem na segunda posição, com 23 milhões. Já o terceiro lugar é da rainha Rania, da Jordânia, com 16,9 milhões.

No total, as 962 páginas de líderes políticos registraram 345 milhões de likes e 449 mil publicações em apenas doze meses. As interações atingiram a marca de 767 milhões, incluindo comentários, likes e compartilhamento.

No geral, Bolsonaro é o sexto líder com maior número de seguidores no Facebook, com 9,3 milhões de pessoas. Em um ano, a taxa de crescimento de sua página foi de 78%, uma alta de mais de 4 milhões de pessoas. Na América Latina, Bolsonaro também é o líder, seguido pelo novo presidente mexicano Andrés Manuel Lopez Obrador.

"O presidente brasileiro tem repetido o tom e o estilo de Trump, conduzindo uma campanha em redes sociais que usa o Facebook para contornar a imprensa tradicional", aponta a agência. Em média, Bolsonaro e Donald Trump publicam quatro posts por dia.

Bolsonaro foi responsável por diversos recordes no Facebook. Ele tem, em média, 100 mil interações por post, comparado a apenas 53 mil nos posts de Trump. De acordo com o estudo, o brasileiro sequer teve de promover ou pagar pela difusão de seus posts para obter tais resultados.

Dos 100 posts do Facebook com maior número de interações, 61 deles foram publicados por Bolsonaro.

Nos últimos doze meses, o post mais popular entre os líderes mundiais foi o texto que Bolsonaro escreveu no dia de sua eleição, em 28 de outubro. Nele, o brasileiro relata a conversa que havia tido por telefone com Trump. Foram 549 mil likes.

Também é dele o post que mais recebeu comentários no ano. Um outro post seu na noite da eleição foi o que mais recebeu expressões de afeto.

Mas ele também foi o líder que recebeu o maior número de expressões de risadas ao publicar uma foto de uma reunião em que vestia uma camisa falsa do Palmeiras.

Curiosamente, foi outro presidente brasileiro que teve mais reações de ódio contra um post nos últimos doze meses. Isso ocorreu com dois vídeos postados pelo ex-presidente Michel Temer, em maio. Foram 173 mil reações negativas.

O Facebook Live mais assistido do ano entre os líderes também foi de Bolsonaro. Da cama do hospital em setembro de 2018, ele falou por 20 minutos, atacou seus rivais e denunciou o risco de uma fraude eleitoral.

É também de Bolsonaro o terceiro vídeo mais compartilhado do ano. Uma imagem de um eleitor explicando o motivo pelo qual votaria pelo candidato do PSL foi compartilhado 8,6 milhões de vezes em agosto de 2018.

Na Europa, é a página da família real britânica que ocupa o posto da mais popular, com 4,1 milhões de like.

Outra constatação é de que, com algoritmos influenciando o fluxo de posts, líderes tem tido maior dificuldade de fazer chegar sua mensagem a seus públicos. Por isso, a agência constata um número cada vez maior de líderes pagando para que seus posts tenham maior circulação. Só a página de Trump registrou mais de 50 mil posts pagos desde sua criação. Já Theresa May pagou por 74 posts apenas em dezembro para promover o Brexit.

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Sobre o autor

Com viagens a mais de 70 países, Jamil Chade percorreu trilhas e cruzou fronteiras com refugiados e imigrantes, visitou acampamentos da ONU na África e no Oriente Médio e entrevistou heróis e criminosos de guerra.Correspondente na Europa há duas décadas, Chade entrou na lista dos 50 jornalistas mais admirados do Brasil (Jornalistas&Cia e Maxpress) em 2015 e foi eleito melhor correspondente brasileiro no exterior em duas ocasiões (Prêmio Comunique-se). De seu escritório dentro da sede das Nações Unidas, em Genebra, acompanhou algumas das principais negociações de paz do atual século e percorre diariamente corredores que são verdadeiras testemunhas da história. Em sua trajetória, viajou com dois papas, revelou escândalos de corrupção no esporte, acompanhou o secretário-geral da ONU pela África e cobriu quatro Copas do Mundo. O jornalista paulistano também faz parte de uma rede de especialistas no combate à corrupção da entidade Transparencia Internacional, foi presidente da Associação da Imprensa Estrangeira na Suíça e contribui regularmente com veículos internacionais como BBC, CNN, CCTV, Al Jazeera, France24, La Sexta e outros. Chade é autor de cinco livros, dois dos quais foram finalistas do Prêmio Jabuti.

Sobre o blog

Afinal, onde começam os Direitos Humanos? Em pequenos lugares, perto de casa — tão perto e tão pequenos que eles não podem ser vistos em qualquer mapa do mundo. No entanto, estes são o mundo do indivíduo; a vizinhança em que ele vive; a escola ou universidade que ele frequenta; a fábrica, quinta ou escritório em que ele trabalha. Tais são os lugares onde cada homem, mulher e criança procura igualdade de justiça, igualdade de oportunidade, igualdade de dignidade sem discriminação. A menos que esses direitos tenham significado aí, eles terão pouco significado em qualquer outro lugar. Sem a ação organizada do cidadão para defender esses direitos perto de casa, nós procuraremos em vão pelo progresso no mundo maior. (Eleanor Roosevelt)


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