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Em Israel, Bolsonaro irá condecorar equipe que esteve em Brumadinho

Jamil Chade

29/03/2019 09h36

Programa de presidente não prevê qualquer tipo de contato com palestinos, mas inclui visita à unidade anti-terrorismo, ao Muro das Lamentações e até mesmo plantar uma muda de oliveira.

Benjamin Netanyahu e Jair Bolsonaro se cumprimentam no Rio de Janeiro em dezembro do ano passado (Fernando Frazao/Agência Brasil)

GENEBRA – O presidente Jair Bolsonaro irá usar a viagem à cidade de Tel Aviv neste fim de semana para condecorar a equipe de resgate de Israel que esteve em Brumadinho, diante do rompimento da barragem da Vale.

Cerca de 130 israelenses participaram dos esforços em Minas Gerais. Mas permaneceram na área apenas por quatro dias, período também marcado por declarações desencontradas sobre a eficiência da ajuda. Ainda assim, estimou-se que o resultado foi positivo e que 35 corpos foram encontrados com a ajuda da brigada estrangeira.

Em Israel, a visita de Bolsonaro ainda será marcada por aspectos religiosos e militares. Mas ela não deixará de criar controvérsias do lado dos palestinos, que organizarão protestos. Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro prometeu mudar a embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalem, violando resoluções do Conselho de Segurança da ONU e acenando com uma indicação de que o governo chancelaria a antiga reivindicação de Israel pelo controle da Cidade Sagrada.

Além disso, o Brasil deu fortes demonstrações de que passará a apoiar o governo de Benjamin Netanyahu nos fóruns internacionais. Na semana passada, o Itamaraty modificou sua tradicional posição na ONU e votou contra os palestinos em resoluções no Conselho de Direitos Humanos.

Bolsonaro desembarca no domingo, dia 31. Depois de uma cerimônia no aeroporto, ele será recebido pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que também oferecerá ao brasileiro um jantar em sua residência.

A previsão é de que acordos sejam assinados no setor de Defesa, Segurança Pública, Tecnologia e Saúde.

Jerusalem, violando resoluções do Conselho de Segurança da ONU e acenando com uma indicação de que o governo chancelaria a antiga reivindicação de Israel pelo controle da Cidade Sagrada.

Além disso, o Brasil deu fortes demonstrações de que passará a apoiar o governo de Benjamin Netanyahu nos fóruns internacionais. Na semana passada, o Itamaraty modificou sua tradicional posição na ONU e votou contra os palestinos em resoluções no Conselho de Direitos Humanos..

No dia 1 de abril, Bolsonaro visitará a Unidade de Contraterrorismo da Polícia de Israel. Ali, também acompanhará uma demonstração por parte das unidades que lutam contra o terrorismo.

No mesmo dia, o presidente visitará a Brigada de Busca e Salvamento do Comando da Frente Interna de Israel. Bolsonaro irá condecora-los com a insígnia da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, por sua atuação em Brumadinho.

O grupo desembarcou no Brasil logo apenas a tragédia da barragem em Minas Gerais. Mas permaneceu por apenas .

Pela tarde do dia 1, Bolsonaro ainda fará uma visita ao Muro das Lamentações, um dos principais locais do judaísmo.

No dia 2 de abril, a agenda do presidente estará concentrada em encontros empresariais. Mas também prestará homenagem às vítimas do Holocausto, além de visitar uma exposição de fotos também sobre o mesmo assunto.

No Bosque das Nações, Bolsonaro ainda irá plantar uma muda de oliveira. Entre os palestinos, porém, a árvore é alvo de controvérsias.

Dados da ONU indicam que, apenas em 2014, 9,3 mil arvores produtivas foram destruídas ou vandalizadas nos territórios perto de cidades palestinas. Em janeiro de 2015, mais 5,6 mil foram alvo de destruição. Desde 1967, os dados apontam que 2,5 milhões de árvores produtivas foram desenraizada. Dessas, 800 mil eram oliveiras.

O presidente retorna ao Brasil no dia 3 de abril.

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Sobre o autor

Com viagens a mais de 70 países, Jamil Chade percorreu trilhas e cruzou fronteiras com refugiados e imigrantes, visitou acampamentos da ONU na África e no Oriente Médio e entrevistou heróis e criminosos de guerra.Correspondente na Europa há duas décadas, Chade entrou na lista dos 50 jornalistas mais admirados do Brasil (Jornalistas&Cia e Maxpress) em 2015 e foi eleito melhor correspondente brasileiro no exterior em duas ocasiões (Prêmio Comunique-se). De seu escritório dentro da sede das Nações Unidas, em Genebra, acompanhou algumas das principais negociações de paz do atual século e percorre diariamente corredores que são verdadeiras testemunhas da história. Em sua trajetória, viajou com dois papas, revelou escândalos de corrupção no esporte, acompanhou o secretário-geral da ONU pela África e cobriu quatro Copas do Mundo. O jornalista paulistano também faz parte de uma rede de especialistas no combate à corrupção da entidade Transparencia Internacional, foi presidente da Associação da Imprensa Estrangeira na Suíça e contribui regularmente com veículos internacionais como BBC, CNN, CCTV, Al Jazeera, France24, La Sexta e outros. Chade é autor de cinco livros, dois dos quais foram finalistas do Prêmio Jabuti.

Sobre o blog

Afinal, onde começam os Direitos Humanos? Em pequenos lugares, perto de casa — tão perto e tão pequenos que eles não podem ser vistos em qualquer mapa do mundo. No entanto, estes são o mundo do indivíduo; a vizinhança em que ele vive; a escola ou universidade que ele frequenta; a fábrica, quinta ou escritório em que ele trabalha. Tais são os lugares onde cada homem, mulher e criança procura igualdade de justiça, igualdade de oportunidade, igualdade de dignidade sem discriminação. A menos que esses direitos tenham significado aí, eles terão pouco significado em qualquer outro lugar. Sem a ação organizada do cidadão para defender esses direitos perto de casa, nós procuraremos em vão pelo progresso no mundo maior. (Eleanor Roosevelt)


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