Comitê internacional recomendará ação no caso de ameaças contra Wyllys
Depois de ouvir deputados brasileiros e a versão de Jean Wyllys, organismo optou por tomar medidas. Mas decisão ainda precisa ser aprovada pela cúpula da União Parlamentar Internacional, que se reúne nesta quinta-feira.
GENEBRA – O Comitê de Direitos Humanos da União Parlamentar Internacional (UPI) recomendará que medidas sejam tomadas no caso do ex-deputado Jean Wyllys. Agora, a posição do Comitê – formado por dez parlamentares de todo o mundo – será avaliada pelo órgão máximo da entidade internacional e, nesta quinta-feira, uma decisão final será anunciada.
A UPI, num primeiro momento, avalia queixas de violações de direitos humanos contra parlamentares de todo o mundo e seleciona os casos mais importantes para que sejam tratados pelo seu órgão máximo, o Conselho da UPI. Oficialmente, os casos são tratados em total sigilo e apenas são anunciados se houver uma decisão final.
No momento do exame dos casos, o Comitê de Direitos Humanos de Parlamentares da UPI pediu que a delegação brasileira que estava na reunião, em Belgrado, desse seu parecer. Mas o grupo liderado pelos deputados Átila Lins (PP), Mariana Carvalho (PSDB), Gilberto Nascimento (PSC), Cleber Verde (PRB), Joaquim Passarinho (PSD), Evandro Roman (PSD) e Jefferson Campos (PSB) indicou "desconhecer" a existência de ameaças contra Jean Wyllys.
A atitude dos deputados foi duramente criticada pelo PSOL, que enviou novas documentações para a Sérvia. Antes, os integrantes da UPI assistiram a um vídeo em que o ex- deputado do PSOL "apresentava sua situação de exilado e as razões que o levaram a ela".
A documentação também inclui a decisão da Organização dos Estados Americanos (OEA) de ter emitido medida cautelar contra o governo do Brasil exigindo providências para manutenção de sua integridade física de Wyllys.
A UPI recebeu cópias de duas notícias-crime protocoladas na Polícia Federal, de um pedido de segurança especial para o então deputado, além de um dos milhares de e-mail com ameaças recebidos por Wyllys.
Diante das informações, o grupo internacional optou por aceitar o caso e avaliar sua situação, num gesto interpretado dentro da UPI como uma recusa em aceitar a posição da delegação oficial do Brasil.
Fontes na Sérvia confirmaram que uma recomendação concreta foi feita, num sinal claro de que acataram a denúncia apresentada pelo ex-deputado. A decisão, porém, só passa a valer se o Conselho do organismo internacional der seu sinal verde final.
Ainda assim, a avaliação inicial é de que as ameaças contra o ex-deputado eram "muito sérias" e que são "ameaças diretas contra a vida e integridade" de Wyllys.
Ao blog, Wyllys indicou que a delegação brasileira "se esqueceu de que vivemos em um mundo globalizado pelas novas tecnologias, e que, graças a isso, também mentirosos e cínico como eles podem ser desmascarados".
Eleito deputado federal em 2010, 2014 e 2018, Wyllys abandonou o Congresso e foi morar no exterior, denunciando "graves ameaças de morte" sofridas.
No vídeo que foi exibido na Sérvia, Wyllys também explica que as medidas de proteção solicitada por ele e pela OEA foram ignoradas pelas autoridades brasileiras. "Acho importante que vocês, parlamentares, se deem conta do que está ocorrendo no Brasil", disse.
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