Brasil caminha para se transformar em pária ambiental
Governo Bolsonaro perdeu R$ 280 milhões em uma semana para projetos de proteção ambiental
GENEBRA – Sem entender o que representa a Amazônia para a sobrevivência do planeta, o governo de Jair Bolsonaro caminha para se transformar em uma espécie de estado pária, pelo menos no setor ambiental. Em apenas uma semana, Brasília perdeu mais de R$ 280 milhões que seriam destinados à proteção da floresta.
Mas, acima de tudo, os atos de congelamento de recursos de Noruega e Alemanha significam que a comunidade internacional entendeu que não poderá mais passar panos quentes ou amenizar o que está ocorrendo no Brasil.
Chegou a hora, para muitos deles, de tomar iniciativas e elas não e limitarão à suspensão de verbas. Governos europeus tem sido pressionados por suas respectivas opiniões públicas a e manterem distante do Brasil de Bolsonaro e isso, no fundo, pode significar perdas comerciais.
A recusa do governo em lidar com a realidade de sua floresta se contrasta com a prioridade que a Amazônia ganha pelo mundo.
No Parlamento Europeu, o debate que deu início ao processo de consultas para a ratificação do acordo comercial entre Mercosul e UE foi dominado por um só tema: a proteção da floresta. Eurodeputados pressionaram a Comissão Europeia por duas horas sobre como o bloco poderia agir para garantir que Bolsonaro mantenha seus compromissos ambientais.
Enquanto alguns sugeriam a criação de um "botão vermelho" para suspender o acordo em caso de desmatamento flagrante, outros insistiam que não se poderia premiar as exportações brasileiras num momento de destruição da floresta.
Assim, quando Bolsonaro proclama que a Amazônia é brasileira, ele tem razão. O problema é que essa soberania não protegerá nem a floresta e nem os interesses do país pelo mundo. Bolsonaro ironizou Angela Merkel e o governo de Oslo nos últimos dia. Mas o Brasil não terá como asfixiar o debate internacional.
Se o Brasil quer tanto mostrar quem manda na floresta, terá de mostrar ao mundo que ela não será derrubada. E não derrubar o diretor do instituto que mede o desmatamento.
De pé, a Amazônia promete ser o maior instrumento de barganha diplomática do Brasil no século 21. No chão, como eu já disse, seus troncos aprofundarão a cova onde estará enterrada a reputação do único país com nome de árvore.
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