França avaliará desmatamento no Brasil para ratificar acordo com Mercosul
GENEBRA – Pressionado por agricultores, ambientalistas e pela oposição, o governo de Emmanuel Macron decidiu criar uma comissão de especialistas independentes para avaliar o impacto do acordo entre a UE e o Mercosul. Dez economistas e peritos vão examinar o impacto ambiental do tratado, assim como suas consequências para a saúde e para os produtores franceses.
A comissão revela a resistência que Paris apresenta para ratificar o tratado, negociado durante 20 anos. A criação do grupo ocorre justamente no momento que a França envia seu chanceler, Jean-Yves Le Drian, ao Brasil.
Ele, porém, foi esnobado pelo presidente Jair Bolsonaro que, de última hora, cancelou o encontro que tinha com o francês e foi cortar o cabelo.
Do lado de Paris, a criação da comissão ainda é um recado por parte do governo de que não assinará o acordo a qualquer preço. Nesta semana, depois de o Legislativo francês aprovar um acordo comercial com o Canadá, as sedes do partido de Macron no interior do país foram alvo de vandalismo, em protesto principalmente por parte de agricultores.
Agora, o próprio ministro da Agricultura, Didier Guillaume, já indicou que, "em seu estado atual, o texto do acordo com o Mercosul não é ratificável".
O grupo de especialistas será liderado pelo economista Stefan Ambec, especializado em meio ambiente. De acordo com o gabinete do primeiro-ministro, Edouard Philippe, os primeiros resultados do trabalho serão anunciados apenas em novembro.
Entre os pontos avaliados estará o efeito do acordo em termos de emissões de gases de efeito estufa, desmatamento e biodiversidade".
Caso riscos sejam identificados, a nova comissão apresentará recomendações para emendar o texto e preparar o posicionamento político da França diante de um debate sobre a ratificação.
A mesma comissão ainda avaliará o impacto sobre os agricultores franceses, diante da concorrência dos produtos sul-americanos.
Além do economista, farão parte da comissão especialistas nas áreas agrícola, sanitária, jurídica, social e geopolítica.
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