Mudanças climáticas afetarão produtividade do brasileiro até 2030
GENEBRA – Um novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) prevê que um aumento do stress térmico resultante do aquecimento global conduza a perdas de produtividade equivalentes a 849 mil empregos em 2030 no Brasil.
As projeções são baseadas num aumento da temperatura global de 1,5°C até ao final deste século e sugerem que, em 2030, 2,2% do total das horas de trabalho em todo o mundo serão perdidas devido a temperaturas mais elevadas.
Essa perda seria equivalente a 80 milhões de empregos a tempo integral. Isso equivale a perdas econômicas globais de US$ 2,4 trilhões.
O estresse por calor, segundo a OIT, refere-se ao calor em excesso do que o corpo pode tolerar sem sofrer comprometimento fisiológico. Isso ocorre em temperaturas acima de 35°C. O excesso de calor durante o trabalho é um risco para a saúde ocupacional, restringe as funções e capacidades físicas dos trabalhadores, a capacidade de trabalho e, portanto, a produtividade. Em casos extremos, pode levar a insolação, que pode ser fatal.
De acordo com a OIT, o sector mais afetado será a agricultura, setor que emprega 940 milhões de pessoas em todo. "Prevê-se que, até 2030, esse setor represente 60% das horas de trabalho globais perdidas devido ao stress térmico", disse a entidade. "O setor da construção também será severamente afetado, com uma estimativa de 19% das horas de trabalho globais perdidas até a mesma data. Outros sectores especialmente em risco são os bens e serviços ambientais, a recolha de lixo, a emergência, o trabalho de reparação, os transportes, o turismo, o esporte e algumas formas de trabalho industrial", completou.
"O impacto do stress do calor na produtividade do trabalho é uma consequência grave das mudanças climáticas, que se junta a outros impactos adversos, como a alteração dos padrões de chuva, a subida do nível do mar e a perda de biodiversidade", afirmou Catherine Saget, Chefe de Unidade do Departamento de Investigação da OIT e uma das principais autoras do relatório.
"Para além dos enormes custos econômicos do stress do calor, podemos esperar mais desigualdade entre países de baixo e alto rendimento e piores condições de trabalho para os mais vulneráveis, bem como a deslocação de pessoas", disse. "Para se adaptar a esta nova realidade, são urgentemente necessárias medidas apropriadas por parte dos governos, empregadores e trabalhadores, centradas na protecção dos mais vulneráveis", completou.
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