Atração turística de Amsterdã se transforma em ato contra Bolsonaro
GENEBRA – Uma das atrações mais fotografadas na Europa por turistas que passam pela cidade de Amsterdã é transformado em um ato de protesto contra as políticas ambientais do governo de Jair Bolsonaro.
Até dezembro de 2018, as letras gigantescas de "Iamsterdam" diante do Rijksmuseum atraiam turistas e milhões de fotografias. Mas a atração foi retirada pelas autoridades locais, depois de anos como um marco da cidade. As letras, que permaneceram no local por 14 anos, acabaram se transformando em uma vítima de seu próprio sucesso.
Agora, a entidade Greenpeace conseguiu autorização para voltar a colocar as letras no mesmo local. Mas, desta vez, com as palavras "Iamazonia". Um jogo de palavras com "Eu sou Amazônia".
A iniciativa ocorre um dia depois que um informe de relatores da ONU denunciou como "míope" a política ambiental brasileira.
O objetivo agora na Holanda é "chamar a atenção para outro marco vital para a nossa sobrevivência que está a desaparecer diante dos nossos olhos: a floresta tropical amazónica".
"Só quando algo desaparece é que nos damos conta do quanto sentimos falta dele", disse Sigrid Deters, defensor da floresta e da biodiversidade no Greenpeace Holanda.
"O emblemático cartaz de Iamsterdam, em frente ao Rijksmuseum, atraiu a admiração e as lentes de câmera de milhões de pessoas em todo o mundo. Ao trazê-lo de volta ao estado alterado como 'Iamazonia', o Greenpeace não apenas exige a proteção urgente da maior floresta tropical remanescente do mundo, mas também envia uma forte mensagem de solidariedade aos povos indígenas e comunidades tradicionais que estão protegendo a Amazônia contra o desmatamento", afirmou.
Num comunicado, o grupo alerta que o plano de Bolsonaro de "abrir a Amazônia para a exploração está se tornando uma ameaça real à floresta e aos povos indígenas que dela dependem". "Mas ao contrário da atração turística de Amsterdã, a floresta amazônica é um marco que ninguém pode perder", apontam.
Danicley de Aguiar, campanha florestal sénior no Greenpeace Brasil, comemorou a iniciativa. "Mais desmatamento da floresta amazônica agravará os impactos catastróficos do colapso do clima, tanto no Brasil quanto no mundo inteiro", disse.
"A crise climática é a mais grave emergência na história da humanidade e os planos para permitir uma maior exploração da Amazônia não são apenas uma ameaça para os povos indígenas que vivem lá, mas um golpe de martelo em qualquer esperança de manter a temperatura do planeta acima de 1,5ºC. Os brasileiros saúdam a solidariedade de Amsterdã e da Europa: eu também sou Amsterdã. Somos todos Amazônia, e espero que pessoas e líderes de todo o mundo reflitam sobre a possibilidade de perder o que lhes é mais caro e tomar medidas urgentes", completou.
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