Informe de relator da ONU denuncia políticas ambientais de Bolsonaro
GENEBRA – Um informe publicado pela relatoria da ONU nesta terça-feira usa as políticas de Jair Bolsonaro como um exemplo das ameaças que o meio ambiente sofre e como lideranças internacionais seria parte do problema.
Philip Alston, o relator da ONU para Extrema Pobreza e Direitos Humanos, alerta que o impacto das mudanças climáticas pode afetar não apenas os direitos à vida, alimentos e água. Mas também pode afetar a própria democracia e o estado de direito.
Como exemplo, ele usa o caso do governo brasileiro. "No Brasil, o presidente Bolsonaro prometeu abrir a floresta amazónica para a mineração, acabar com a demarcação de terras indígenas e enfraquecer agências ambientais e de proteção", disse. Ele também denuncia o governo de Donald Trump e da China.
Bolsonaro seria um dos governos considerados como "míopes" e que tomam medidas "na direção errada". "O tempo está se esgotando", declarou.
Seu informe, que será alvo de um debate na ONU, lança uma advertência que vai além da proteção de florestas ou de espécies raras. O mundo, segundo ele, estaria sob a ameaça de viver um apartheid climático, em que ricos poderão pagar por proteção, enquanto um número significativo da população mundial estaria abandonado ao calor e à fome.
Alston não poupa críticas até mesmo às Nações Unidas, que estaria tomando medidas insuficientes para lidar com a ameaça de tal magnitude. Ele conclui seu informe com uma declaração dura: "os direitos humanos podem não sobreviver".
"Mesmo que as metas ambientais atuais sejam atingidas, dezenas de milhões de pessoas serão empobrecidas, levando ao deslocamento generalizado e à fome", disse Alston.
"A mudança climática ameaça desfazer os últimos 50 anos de progresso no desenvolvimento, saúde global e redução da pobreza", afirmou. "Ela pode empurrar mais de 120 milhões de pessoas para a pobreza até 2030 e terá o impacto mais severo nos países pobres, regiões e lugares onde as pessoas pobres vivem e trabalham", declarou.
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