Com Rio-2016 endividada, COI inaugura sede de R$ 568 milhões
GENEBRA – Enquanto o Rio de Janeiro ainda pena para encontrar uma forma de arcar com a dívida deixada pelos Jogos Olímpicos de 2016, o COI inaugura neste domingo sua nova sede, com um custo de 145 milhões de francos suíços, o equivalente a R$ 568 milhões.
O projeto foi iniciado em 2012 e, coincidindo com a Rio 2016, as obras foram aceleradas. Considerado como um dos prédios mais ecológicos do mundo, a nova sede em Lausanne ainda será uma forma de demonstrar o vigor financeiro da família olímpica.
Inteiramente de vidro para dar uma sensação de transparência ao movimento pouco democrático do COI, o prédio venceu diversos prémios de arquitetura. Centenas de convidados estão sendo aguardados para as festas deste fim de semana, à beira do Lago Leman.
Os gastos com o novo prédio se contrastam, porém, com as condições nas quais os últimos Jogos Olímpicos foram deixadas.
No início do ano, o Comitê Organizador da Rio-2016 ainda acumulava uma dívida de R$ 450 milhões, centenas de processos trabalhistas e a recusa da prefeitura da cidade e do governo do estado em arcar com as dívidas.
O COI, ao longo dos anos, insistiu que já havia transferido aos organizadores brasileiros um volume suficiente de recursos e que o déficit não era mais de sua responsabilidade. No total, informes financeiro da entidade de 2017 revelam que, ao longo dos anos, o repasse aos organizadores brasileiros chegou a US$ 1,5 bilhão.
Mas principalmente depois da acusação contra o ex-presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, e seu afastamento do movimento olímpico, as contas da Rio2016 ficaram mesmo sobre a mesa dos dirigentes brasileiros.
Entre 2013 e 2016, números oficiais revelam que o COI acumulou uma receita de U$$ 5,7 bilhões, quase 8% acima do período anterior 2009-2012 e, em grande parte, graças ao incremento das vendas de direitos de TV para os Jogos do Rio.
Falta de Candidatos
A situação do Rio de Janeiro e as polêmicas envolvendo o esporte levaram a entidade a ver uma debandada importante de cidades que mantinham esperanças de sediar os Jogos de Inverno de 2026.
Nesta segunda-feira, o COI se reune para a escolher a sede. Mas a escolha se limita a duas opções: Milão ou Estocolmo.
Em votações populares, as candidaturas das cidades de Calgary, Sion e Innsbruck foram obrigadas a se retirar da corrida, diante da recusa dos habitantes em pagar pela festa. Outras quatro cidades abandonaram o processo para 2026 antes mesmo de serem avaliadas pelo COI.
Agora, diante da pressão popular, o COI quer reformar suas regras e passar a exigir que cidades realizem votações para consultar seus cidadãos antes de anunciar oficialmente suas candidaturas.
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