Êxodo venezuelano chega a 4 milhões de pessoas e ONU pede dinheiro
GENEBRA – No maior êxodo da história moderna da América Latina, o fluxo de venezuelanos que deixaram o país atinge pela primeira vez a marca de 4 milhões de pessoas. Dados publicados pela ONU nesta sexta-feira em Genebra ainda apontam que a população de refugiados e imigrantes do país sul-americano já é uma das maiores do mundo e não estaria distante de sírios e outras crises.
O que chama a atenção também é o ritmo dessa fuga. Ao final de 2015, existiam 695 mil refugiados e imigrantes venezuelanos pelo mundo. Nos anos seguintes, conforme a crise interna se aprofundava, o número de pessoas cruzando a fronteira também aumentava.
Mas em apenas sete meses, contando a partir de novembro de 2018, mais de um milhão de pessoas deixaram o país. O ritmo ganhou força, principalmente depois da constatação de que o regime de Nicolas Maduro não negociaria uma solução com a oposição.
O maior número de venezuelanos hoje está na Colômbia, que abriga 1,3 milhão de pessoas. Em segundo lugar aparece o Peru, com 768 mil, seguidos por 288 mil no Chile e 263 mil no Equador.
O Brasil aparece apenas na quinta posição entre os principais destinos, com 168 mil pessoas e pouco mais de 10% do que a Colômbia recebeu.
Temor
Para a ONU, um dos temores é de que não há sinal de que esse fluxo perderá força. Até o final de 2019, poderiam já ser mais de 5 milhões de pessoas fora da Venezuela.
Mas outra preocupação da ONU se refere ao impacto que esse volume de pessoas teria na região. Hoje, os governos vizinhos estão com suas fronteiras abertas e tentando dar assistência a todos. Mas se o número for ainda maior, o temor é de que essa realidade seja substituída por uma de xenofobia e até o fechamento das fronteiras.
Para as Nações Unidas, portanto, chegou a hora de a comunidade internacional ajudar, enviando dinheiro para programas da entidade na região e apoiando os governos locais.
"Esses números alarmantes mostram a necessidade de apoiar as comunidades que estão recebendo essas pessoas", declarou Eduardo Stein, o representante das agências da ONU para os refugiados e imigrantes venezuelanos.
Hoje, a ONU alerta que, dos mais de US$ 700 milhões solicitados para cobrir as necessidades dos venezuelanos em 2019, apenas recebeu 21% do dinheiro solicitado da comunidade internacional.
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