Na Venezuela, 1 em cada 3 crianças já precisa de ajuda humanitária

Militares venezuelanos impendem a circulação de pessoas e veículos na fronteira com Pacaraima, RR (Ricardo Moraes/Reuters)
GENEBRA – 3,2 milhões de criança na Venezuela passam sérias necessidades e precisam ser alvos de um plano de ajuda humanitária. Os dados foram revelados pela Unicef, nesta sexta-feira em Genebra. Segundo a entidade, os problemas afetam uma em cada três crianças venezuelanas.
"Há uma deterioração de acesso à saúde", disse um porta-voz da Unicef, Christophe Boulierac. "As crianças estão pagando o preço dessa crise na Venezuela", lamentou. "Existem 10 milhões de crianças na Venezuela e hoje 3,2 milhões delas precisam de ajuda para ter acesso à saúde, educação ou alimentos", disse.
A Unicef, que encerrou uma missão de três dias pela Venezuela, garante que tem acesso ao país e nem o embargo americano e nem o governo de Nicolas Maduro tem criado obstáculos para seu trabalho. Mas a entidade admite que precisa ampliar a distribuição de ajuda. Desde o início do ano, a Unicef entregou mais de 55 toneladas de materiais para mais de 25 hospitais. Mas a Unicef reconhece que está tocando a superfície do problema e a ajuda precisa ser ampliada nos próximos meses.
Em todos os segmentos humanitários, os dados apontam para uma deterioração da situação. Entre 2013 e 2017, por exemplo, o número de crianças não escolarizados dobrou, passando de 224 mil para 440 mil. Já o número de adolescentes fora das escolas passou de 115 mil para 300 mil nesse mesmo período.
De acordo com os dados, a mortalidade de crianças abaixo de cinco anos aumentou em mais de 50% entre 2011 e 2017. No início da década, eram 14 mortes para mil nascimentos. Em 2017, esses dados apontam para 31 mortes para mil nascimentos.
Existem ainda 190 casos de difteria e mais de 550 casos de sarampo. Outra constatação é a explosão da malária. Segundo a Unicef, o país era "um modelo" no combate à doença. Mas hoje se transformou no maior problema para a região. Os casos, apenas entre 2016 e 2017, aumentaram em 70%.
Já as mortes passaram de 54 casos em 2011 para 456 em 2017.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.