Suíça acena que Lava Jato está longe de ser encerrada
Em 3a fase da Lava Jato, Suíça investiga seus bancos e empresas
GENEBRA – O Ministério Público da Suíça anuncia que está conduzindo uma terceira fase da Operação Lava Jato, com um foco específico no papel de bancos suíços e empresas com sede em Genebra ou Zurique. Em seu relatório anual publicado nesta segunda-feira, a procuradoria-geral também deixa claro que os inquéritos serão mantidos ainda por vários meses e que a operação está longe de ser encerrada.
Iniciada em 2014 em Berna, a investigação suíça sobre a Petrobras e Odebrecht permitiu o confisco de US$ 1,1 bilhão. Desse total, US$ 300 milhões foram repatriados ao Brasil. O restante, porém, continua congelado, aguardando a condenação dos envolvidos e a conclusão das investigações.
Num primeiro momento, a Suíça investigou quem recebeu propinas. Dois anos depois, foram abertos inquéritos sobre quem pagou. Agora, numa terceira fase, a prioridade é a de saber de que forma os bancos locais, empresas e funcionários na Suíça também fizeram parte do esquema.
Num documento apresentado nesta segunda-feira em Berna, o Ministério Público da Suíça aponta que essa terceira fase já se iniciou em 2018, com a abertura de dois inquéritos contra instituições financeiras na Suíça.
"O processo relacionado à semi-estatal brasileira Petrobras e o conglomerado Odebrecht, que é conduzido por uma força tarefa, continua uma prioridade", declarou o MP, em seu relatório anual.
"A força tarefa esteve focada em concluir procedimentos em casos envolvendo pessoas que já tiveram seus casos concluídos no Brasil e, após, nos recipientes de fundos na Suíça e nas pessoas que fizeram pagamentos", disse.
Progresso, segundo o MP, tem sido feito no trabalho dessas fases. "Mas isso será mantido por algum tempo por conta da complexidade dos procedimentos", disse.
3a Fase – De acordo com a procuradoria, uma terceira fase da Lava Jato foi iniciada. Nela, o MP considerará a "possibilidade de abrir procedimentos baseados em informações obtidas nas duas fases anteriores contra pessoas e empresas na Suíça".
"Em 2018, dois processos separados foram abertos contra instituições financeiras na Suíça", explicou, apontando para a responsabilidade criminal.
O MP também deixou claro que, como consequência da condenação da Odebrecht no Brasil e EUA ao final de 2016, Berna passou a receber um vasto número de pedidos de cooperação internacional. Alguns dos casos foram, então, repassados ao Brasil.
Sobre a devolução dos recursos ao Brasil, o MP alerta que o processo tem sido "complexo". "Para o Escritório do Procurador-Geral e a Suíça, é de especial preocupação de que os ativos sejam retornados ao seus donos de direito", completou.
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