ONU pede “investigação independente” diante de assassinatos no Pará
GENEBRA – A ONU pede que as mortes de líderes de movimentos sociais ocorridas na semana passada no Pará sejam investigadas de forma independente e alerta para o fato de que a responsabilidade pela defesa de ativistas é do estado.
O comunicado emitido pela entidade neste domingo se refere ao assassinato da coordenadora regional do Movimento dos Atingidos por Barragens, Dilma Ferreira Silva. O marido, Claudionor Costa da Silva, 42, e um homem identificado como Hilton Lopes, 38, também foram mortos.
Dilma estava entre as mais de 30 mil pessoas desalojadas de suas terras pelo lago da usina de Tucuruí, no rio Tocantins. A mortes ocorrem no dia 22 de março de 2019 em um assentamento na área rural de Baião, no Pará.
Dias antes da morte dos ativistas, a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michele Bachelet, recebeu em Genebra outros representantes do mesmo movimento. A viagem havia sido realizada para chamar a atenção para a situação de milhares de famílias pelo Brasil que são vítimas de violações de direitos humanos causados por obras de barragens, inclusive em Brumadinho e Mariana.
Em Genebra, enquanto eles denunciaram as violações cometidas pelo Estado, a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, os ignorou e envio ao evento apenas um diplomata com um posto hierárquico mais baixo.
Num comunicado, o Escritório para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) "condena os assassinatos da defensora de direitos humanos e coordenadora regional do Movimento dos Atingidos por Barragem, Dilma Ferreira da Silva, de seu marido Claudionor Amaro Costa da Silva e de Hilton Lopes".
A entidade ainda pediu que as "autoridades brasileiras conduzam uma investigação completa, independente e imparcial sobre esses assassinatos, que leve a responsabilização dos autores do crime".
"Ao mesmo tempo, o Escritório relembra que o Estado brasileiro tem a responsabilidade de garantir a proteção integral das pessoas defensoras de direitos humanos no país para que possam cumprir com seu papel fundamental na sociedade, especialmente na defesa dos direitos das populações mais vulneráveis", completa a ONU.
Em Genebra, na semana passada, o Brasil foi um dos patrocinadores de uma resolução no Conselho de Direitos Humanos da ONU que pedia a defesa de ativistas de direitos humanos, inclusive os ambientalistas.
A entidade estima que o Brasil é o país que mais mata ambientalistas e líderes indígenas no mundo.
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