Paolo Guerrero perde último recurso nos tribunais suíços
Suspensão imposta pelo Tribunal Arbitral dos Esportes termina em abril e peruano poderá voltar a atuar.
GENEBRA – Terminou a novela Paolo Guerrero. A Justiça da Suíça rejeitou o pedido do atacante peruano, suspenso por doping, para que sua pena fosse revista. Nesta quinta-feira, o Tribunal Federal do país europeu anunciou que derrubou um recurso apresentado pelo jogador que queria, assim como a Fifa, uma redução em sua punição. Ele ainda terá de pagar cerca de US$ 7 mil para cobrir os custos do processo.
A entidade máxima do futebol havia estabelecido uma suspensão de apenas seis meses ao jogador, o que foi revertido depois pela Corte Arbitral dos Esportes (CAS, na sigla em inglês), que ampliou a pena para 14 meses.
Se fosse atendido em seu recurso, Guerrero estaria liberado para jogar imediatamente. Mas o tribunal suíço, numa decisão de apenas duas páginas, rejeitou a ação. As motivações serão publicadas apenas nas próximas semanas.
Em outubro de 2018, a corte já havia emitido uma decisão em que negava o pedido para que a suspensão de Guerrero fosse interrompida. O atleta havia solicitado um efeito suspensivo para evitar a sua punição, o que lhe permitiria jogar pelo Internacional.
Em agosto, o mesmo tribunal havia derrubado um efeito suspensivo que o Tribunal Federal do país europeu havia concedido à sua pena original e que acabou permitindo que o peruano pudesse disputar a Copa do Mundo na Rússia.
Volta – Pela decisão original, o jogador poderia voltar aos campos em abril de 2019. Mas seus advogados passaram todo o período de suspensão lutando contra a decisão. Especialistas ainda indicaram que uma eventual vitória nos tribunais poderia dar brechas para que o clube e mesmo o atleta iniciassem procedimentos para tentar alguma compensação financeira pelo tempo parado. Mas nada disso vai ocorrer.
O peruano respondia à investigação por ter testado positivo para uso de benzoilecgonina, um metabólito da cocaína, em exame realizado depois do empate em 0 a 0 entre Argentina e Peru, em Buenos Aires, pela 17.ª e penúltima rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018, no dia 5 de outubro. Por isso, foi suspenso preventivamente pela Fifa. A principal suspeita era justamente sobre o uso de cocaína, o que é negado pelo jogador.
A punição original por doping era de um ano, o que o deixava de fora do Mundial de 2018. Mas, depois de um recurso na própria Fifa, a pena caiu para seis meses e terminou em maio, permitindo que o jogador pudesse ir à Rússia.
Mas, em um recurso apresentado pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), a CAS reverteu a decisão da Fifa e aplicou uma suspensão de até 14 meses, que o tirava da Copa. Guerrero chegou a ir até a Fifa, em Zurique, para pedir uma intervenção do presidente da entidade, o suíço Gianni Infantino. Mas sem sucesso.
Sua última cartada era sair dos tribunais esportivos e levar à corte comum, na Suíça. Guerrero, assim, solicitou que o seu caso fosse tratado apenas depois do Mundial, o que acabou também sendo aceito pelo CAS.
Semanas antes da Copa, o presidente do Tribunal Federal da Suíça concedeu "efeito suspensivo a título provisório ao recurso apresentado por Paolo Guerrero contra a sentença da CAS". "Como consequência, Guerrero poderá participar da Copa do Mundo na Rússia", declarou a corte, na época. A lógica era a seguinte: se eventualmente Guerrero fosse inocentado ao final do processo, teria sido uma injustiça o impedir de ir ao Mundial. Um dano irreparável estaria sendo cometido.
Com o fim da Copa do Mundo e a volta da análise do caso, a Justiça derrubou esse efeito suspensivo e sua punição voltou a ser aplicada. De acordo com as informações da nova decisão do tribunal, a Wada foi consultada e considerou que o processo da CAS foi correto.
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