Políticas de Direitos Humanos de governo Bolsonaro são denunciadas na ONU
Grupos indígenas, defensores de direitos humanos, Jean Wyllys e mesmo sobreviventes de Brumadinho atingidos pelo colapso da barragem da Vale participarão de diferentes eventos nas Nações Unidas nesta semana.
GENEBRA – Uma semana depois do discurso da ministra de Direitos Humanos, Damares Alves, o governo de Jair Bolsonaro será alvo de uma ofensiva na ONU por parte de grupos indígenas, ativistas e vítimas de abusos de direitos humanos no Brasil.
A partir desta segunda-feira, debates em Genebra serão usados para questionar a versão apresentada por Brasília de que existe um compromisso do governo brasileiro com os "mais altos padrões de direitos humanos".
Nesta tarde, quem tomou a palavra para um discurso no Conselho de Direitos Humanos da ONU foi a liderança indígena Evanilson Karajá. "Ao contrário do que a ministra Damares afirmou neste Conselho, o discurso do ódio e o desprezo do governo pelos grupos indígenas resultou na mortes de nossos líderes, invasão de nossos territórios, o fim das demarcações e uma violenta política integracionista, divisionista, colonial e racista", declarou diante dos governos estrangeiros.
Em seu discurso na ONU na semana passada, Damares Alves garantiu que a situação indígena nacional receberia uma atenção especial por parte de seu escritório e chegou a terminar sua fala em tupi. O gesto deixou a liderança indígena indignada.
Segundo Karajá, a Funai "foi desmantelado porque o licenciamento ambiental, as demarcações e as políticas de consultas são considerados como obstáculos pela política econômica do governo". "O mais perverso é o incentivo do arrendamento de nossas terras, uma prática ilegal que visa a disponibiliza-la ao mercado em detrimento de nossa tradição", disse.
Karajá ainda pediu que um relator da ONU visite o Brasil para "constatar a degradação dos recursos e o quadro de violações".
Na quinta-feira, vítimas do colapso da barragem de Brumadinho também tomarão a palavra na ONU para denunciar a situação envolvendo os moradores da cidade em Minas Gerais. Damares, em seu discurso, também garantiu que o governo estava tomando medidas para endurecer os controles de barragens e dar assistência às vítimas.
No final da semana, será ainda a vez de Jean Wyllys, ex-deputador federal, relatar na ONU a situação dos defensores de direitos humanos e denunciar as políticas de direitos humanos do governo de Jair Bolsonaro.
A ministra de Direitos Humanos, num dos trechos de seu discurso, insistiu que os programas de proteção a defensores e ativistas seria ampliado no Brasil. Ela ainda garantiu que o orçamento havia sido ampliado nos últimos anos e que considerava que a proteção fornecida pelo estado era "eficiente".
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