Governo diz que já tem votos suficientes para eleição na ONU
No Brasil, o Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) se posicionou nesta quinta-feira contra a candidatura do governo de Jair Bolsonaro. Mais de cem entidades nacionais e estrangeiras também fizeram campanha contra o Itamaraty.
GENEBRA – Membros do governo brasileiro já dão como certa a eleição do Brasil para mais um mandato no Conselho de Direitos Humanos da ONU, a partir de 2020. Nesta quinta-feira, diplomatas em Brasília e Nova Iorque calculavam que o país teria indicações positivas vindas de mais de 97 países, número "mágico" para ser eleito.
A escolha ocorre na próxima terça-feira na Assembleia Geral. Um resultado expressivo do Brasil jamais foi um problema nos governos anteriores. Sob a gestão de Lula, o País chegou a ter mais de 180 votos, entre os 194 possíveis. No governo Temer, foram mais de 120 votos a favor.
Agora, com uma forte reação anti-Bolsonaro, o temor era de que a corrida por votos não resultasse em um número suficiente de apoios para o Brasil ser eleito.
Nos últimos dias, o governo negociou a troca de votos e ofereceu o apoio do Brasil a países que também buscam se eleger em outras eleições internacionais. Ou seja, o motivo dos votos não tem uma relação com os direitos humanos. Mas sim com arranjos políticos feitos nos bastidores.
Além do Brasil, concorrem às duas vagas no Conselho da ONU mais dois países: Costa Rica e Venezuela. A entrada do país centro-americano na corrida tinha como objetivo deslocar Caracas e impedir a eleição de Nicolas Maduro, acusado pela própria cúpula da ONU por repressão e violações aos direitos humanos.
Mas o temor do Itamaraty era de que a Costa Rica acabasse roubando votos do Brasil. Por semanas, Brasília fez o que pode para barrar o pleito dos centro-americanos.
Se o governo da a eleição como uma certeza, a oposição interna contra a campanha do Brasil ganhou uma nova força nesta quinta-feira.
No Brasil, o Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) "deliberou, por maioria de votos, posicionamento contrário à candidatura do Brasil ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas – ONU".
"A decisão ocorreu em votação plenária durante a 52ª Reunião Ordinária, com nove votos contra a candidatura do Brasil, quatro a favor e duas abstenções, em um total de 15 votos válido", apontou a entidade em um comunicado.
O blog já havia revelado com um grupo de mais de cem entidades nacionais e internacionais se opôs à eleição do Brasil, alegando que o governo de Jair Bolsonaro não tinha condições de defender temas de direitos humanos na ONU.
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