OMC autoriza EUA a retaliar Europa em valor recorde de US$ 7,5 bi
GENEBRA – Numa disputa que já dura 15 anos, a Organização Mundial do Comércio autorizou nesta quarta-feira o governo dos EUA a aplicar retaliações comerciais no valor de US$ 7,5 bilhões por ano contra a Europa. A decisão foi tomada depois que a entidade constatou que Bruxelas não cumpriu com a sentença dos tribunais do comércio que estipulou que os europeus deram subsídios ilegais para a Airbus.
O valor foi calculado com base no prejuízo que a Boeing teria tido diante da concorrência desleal dos europeus, afetando as vendas e exportações.
A medida, se aplicada, pode aprofundar ainda mais o clima de tensão no comércio mundial. Nesta semana, a OMC anunciou que sua previsão para a expansão das exportações em 2019 é de apenas 1,2%, a menor taxa em dez anos.
A UE indicou que espera que a Casa Branca, diante da decisão, busque o diálogo e que evite uma elevação de barreiras comerciais. Mas Bruxelas alertou que se Washington optar pelo caminho da retaliação, poderá também considerar uma resposta na mesma moeda, o que ampliaria a crise internacional no comércio.
O governo de Donald Trump havia solicitado uma autorização para retaliar os europeus em US$ 10,5 bilhões. Mas a OMC estimou que o valor a ser aplicado era inferior. Mesmo assim, O total da retaliação é o maior já aprovado na história da OMC e faz parte de uma das disputas mais longas da história do comércio internacional.
Agora, Washington poderá transformar essa retaliação em barreiras comerciais ou mesmo na suspensão de concessões no setor de serviços e propriedade intelectual.
O centro do novo capitulo da disputa é a fabricação do Airbus A380 e sua venda para China, Austrália, Coreia e outros mercados. Depois de uma queixa americana, a OMC constatou que a operação de fabricação e venda da Airbus havia sido irregular, por contar com subsídios proibidos.
Na prática, a ajuda dos cofres públicos europeus acabava distorcendo os mercados.
A Airbus, porém, faz a mesma acusação em relação às operações da Boeing e uma decisão sobre a legalidade ou não dos programas americanos deve ser publicada no final de 2019 ou início de 2020.
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