Na ONU, governo responde a Bachelet e cita soberania sobre Amazônia
GENEBRA – O governo de Jair Bolsonaro respondeu à alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, que nesta semana voltou a criticar a gestão do presidente brasileiro e o desmatamento na Amazônia, a morte de indígenas e ambientalistas.
"O Brasil reafirma sua soberania para agir para proteger, preservar e desenvolver de forma sustentável a Amazônia", disse nesta terça-feira a delegação brasileira na ONU, diante do Conselho de Direitos Humanos. O Itamaraty, porém, não mencionou nem as ameaças aos indígenas e nem a situação de defensores de direitos humanos.
Na segunda-feira, diante do Conselho de Direitos Humanos da ONU, a chilena alertou para o impacto dos incêndios na Amazônia, a situação de indígenas e as ameaças contra defensores de direitos humanos, além de pressionar governos da região para que implementem políticas sustentáveis e cooperem com a comunidade internacional.
Os comentários ocorreram apenas cinco dias depois que ela, ao responder a uma pergunta do UOL, criticou a violência policial no Brasil e alertou para a redução do espaço democrático no País, além de denunciar a situação da Amazônia. Como resposta, o presidente Jair Bolsonaro fez uma apologia ao regime de Augusto Pinochet e citou o pai de Bachelet, morto pela ditadura chilena. A própria Bachelet foi presa e obrigada a deixar o país por anos.
Agora, coube ao Itamaraty responder uma vez mais. A embaixadora diante da ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, declarou que o governo continua envolvidos em todos os tratados internacionais relacionados ao meio ambiente e que tem atingido 58% de redução de emissões, em comparação às projeções de 2020.
O governo também destacou que, entre os grandes países emergentes, o Brasil é o único que tem adotado uma meta de redução das emissões para sua economia.
Segundo a embaixadora, o Brasil está "plenamente engajado" no esforço de lidar com os incêndios na Amazônia. Mas ela insistiu que as queimadas são sazonais e que ocorrem na época de secas na região.
A diplomata ainda citou como as taxas estariam em linha com a média histórica dos últimos 20 anos. Se comparado à média dos últimos 15 anos, a taxa de 2019 seria menor. Os anos de 2002, 2006, 2007 e 2010 também teriam taxas mais elevadas.
"O governo brasileiro reafirma seu compromisso em combater o desmatamento ilegal", disse. Segundo ela, a convocação das Forças Armadas é um sinal desse compromisso. A embaixadora ainda garantiu à ONU que já foram registradas "quedas significativas" de incêndios e destaca como 43 mil soldados estão mobilizados para trabalhar na Amazonia, caso necessário.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.