Na Câmara, chanceler terá de explicar votos do Brasil na ONU
O chanceler Ernesto Araújo finalmente irá à Câmara dos Deputados para explicar sua política de direitos humanos e, principalmente, os votos do Brasil na ONU (Organização das Nações Unidas). Ele havia anunciado que, por uma questão de agenda, não poderia ir ao debate. Mas acabou optando por confirmar sua presença. Ele não havia detalhado o motivo pelo qual ia se ausentar e apenas indicou que haveria uma "sobreposição de compromissos na agenda".
A audiência pública havia sido agendada há semanas, a pedido dos deputados e depois da revelação do UOL sobre o comportamento do governo brasileiro nas votações no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Faltando menos de 24 horas para sua audiência na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara, o Itamaraty informou aos deputados nesta terça-feira que a presença do ministro seria suspensa por "motivos supervenientes".
Procurado pelo blog, o Itamaraty disse que uma nova data foi estabelecida para o dia 21 de agosto, o que nem sequer era de conhecimento de pelo menos três deputados que fariam parte do debate. Os parlamentares protocolaram, assim que souberam da suspensão da audiência, uma convocação do chanceler, o que lhe obrigará a ir até o Congresso para prestar satisfação.
Horas depois, o Itaramaty mudou de versão e confirmou sua presença na audiência de quarta-feira.
Em julho, por ordens de Araújo, o Brasil surpreendeu na ONU ao tomar posições contra o uso de termos como "gênero" e "educação sexual" em resoluções sobre a defesa da mulher.
Nas votações, o governo preferiu se aliar a propostas apresentadas por países como Arábia Saudita, Egito, Bahrein ou Paquistão no que se refere à situação das mulheres. Os sauditas, por exemplo, são amplamente acusados de discriminação contra a mulher, enquanto outros criminalizam a homossexualidade.
Ainda assim, ao se votar emendas aos textos propostos na ONU, o Brasil foi um dos raros países ocidentais a apoiar o projeto dos islâmicos no que se refere ao sexo, à família e a mulheres.
O caso chocou a Europa e outros países latino-americanos, preocupados com o comportamento do Brasil e temendo que a mudança no comportamento do país enfraqueça as posições de grupos ocidentais que, nos últimos 25 anos, votam resoluções que tratam explicitamente da igualdade de gênero.
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