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Jamil Chade

Zika chega a 87 países e OMS publica guia para orientar grávidas

Jamil Chade

02/07/2019 09h15

GENEBRA – A Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que, desde a identificação do zika vírus, entre 2015 e 2016, um total de 87 países e territórios registraram casos de transmissão dos vírus. Em outros 61 países, o mosquito do Aedes aegypti  – que atua como vetor na transmissão – foi detectado e, portanto, casos ainda poderão surgir. No Brasil, em 2018, 19 mil pessoas foram diagnosticadas com a doença. O volume representa 60% de todos os casos nas Américas.
Em 2016, o vírus assustou a comunidade internacional, por conta do desconhecimento que existia em relação ao seu impacto. A partir dos casos no Brasil, a OMS passou a acompanhar de perto a situação e chegou a realizar reuniões de emergência.

Num documento divulgado nesta terça-feira em Genebra, a agência aponta para um levantamento que fez a partir de mais de 90 publicações científica sobre o tema. A transmissão da doença teria perdido força. Mas a OMS pede que a vigilância sejam mantida para detectar a volta do vírus e sua proliferação global.

A agência de Saúde da ONU insiste que não está emitindo novas restrições de viagem a países que contam com uma transmissão ativa do vírus. Mas apresenta um guia, especialmente para mulheres grávidas.

"A boa notícia é que a transmissão é baixa", indicou a OMS. "O desafio, portanto, é que é mais difícil saber onde existe e onde não existe a transmissão", explicou a entidade.

"A maioria das infecções não tem sintomas ou sintomas muito leves que podem não ser detectados. É difícil em muitas áreas saber onde há e onde não há transmissão e evitar toda a exposição durante a viagem", alertou a OMS.

A entidade, assim, "recomenda que mulheres grávidas, mulheres que podem engravidar dentro de três meses após a viagem, e seus parceiros sexuais masculinos verifiquem com seus provedores de saúde e considerem cuidadosamente os riscos e possíveis consequências da infecção por Zika antes de viajar para áreas com transmissão passada ou atual do vírus Zika".

"Em particular, a orientação atualizada recomenda que se evitem áreas com transmissão do Zika durante os surtos", completou.

 

Sobre o autor

Com viagens a mais de 70 países, Jamil Chade percorreu trilhas e cruzou fronteiras com refugiados e imigrantes, visitou acampamentos da ONU na África e no Oriente Médio e entrevistou heróis e criminosos de guerra.Correspondente na Europa há duas décadas, Chade entrou na lista dos 50 jornalistas mais admirados do Brasil (Jornalistas&Cia e Maxpress) em 2015 e foi eleito melhor correspondente brasileiro no exterior em duas ocasiões (Prêmio Comunique-se). De seu escritório dentro da sede das Nações Unidas, em Genebra, acompanhou algumas das principais negociações de paz do atual século e percorre diariamente corredores que são verdadeiras testemunhas da história. Em sua trajetória, viajou com dois papas, revelou escândalos de corrupção no esporte, acompanhou o secretário-geral da ONU pela África e cobriu quatro Copas do Mundo. O jornalista paulistano também faz parte de uma rede de especialistas no combate à corrupção da entidade Transparencia Internacional, foi presidente da Associação da Imprensa Estrangeira na Suíça e contribui regularmente com veículos internacionais como BBC, CNN, CCTV, Al Jazeera, France24, La Sexta e outros. Chade é autor de cinco livros, dois dos quais foram finalistas do Prêmio Jabuti.

Sobre o blog

Afinal, onde começam os Direitos Humanos? Em pequenos lugares, perto de casa — tão perto e tão pequenos que eles não podem ser vistos em qualquer mapa do mundo. No entanto, estes são o mundo do indivíduo; a vizinhança em que ele vive; a escola ou universidade que ele frequenta; a fábrica, quinta ou escritório em que ele trabalha. Tais são os lugares onde cada homem, mulher e criança procura igualdade de justiça, igualdade de oportunidade, igualdade de dignidade sem discriminação. A menos que esses direitos tenham significado aí, eles terão pouco significado em qualquer outro lugar. Sem a ação organizada do cidadão para defender esses direitos perto de casa, nós procuraremos em vão pelo progresso no mundo maior. (Eleanor Roosevelt)