Brasil perde até para sauditas em participação feminina no Congresso
Novo ranking da União Inter-Parlamentar traz o País na 133a posição no que se refere à participação feminina no Legislativo. Hoje, a taxa de mulheres brasileiras no Congresso é ainda inferior à média mundial e superada por diversos países com uma população predominantemente muçulmana.
GENEBRA – Subiu a participação de mulheres no Poder Legislativo no Brasil como resultado das eleições em 2018. Mas a alta ainda não tirou o País de uma posição pouco confortável no novo ranking publicado nesta terça-feira pela União Inter-Parlamentar (UIP).
De acordo com a entidade que reúne os Parlamentos de todo o mundo, o Brasil ocupa apenas a 133 posição entre 191 países avaliados. Antes das eleições do ano passado, o Brasil aparecia na posição de número 156. Naquele momento, apenas 10,7% do Congresso era composto por mulheres. Hoje, essa taxa chegou a 15%. São 77 mulheres entre 513 lugares na Câmara dos Deputados.
Mesmo com o aumento, a taxa no País está bem abaixo da média mundial. Segundo a UIP, o ano de 2018 terminou com uma participação de 24,3% de mulheres nos diferentes poderes legislativos. Em 2017, a taxa era de 23,4%.
Os dados também mostram que o Brasil acumula um atraso de pelo menos uma década em relação à média mundial. Em 2008, a taxa feminina em Parlamentos no mundo era de cerca de 18%.
Hoje, a liderança é de Ruanda, com 61% de seu Parlamento composto por mulheres. Três países da América Latina aparecem entre os líderes: Cuba (53%), Bolívia (53%) e México (48%). De fato, a UIP estima que a região das Américas é a primeira a ver uma taxa total acima de 30% na participação de mulheres no Legislativo.
Diversos países com uma população predominantemente muçulmana registram ainda uma situação mais equilibrada entre mulheres e homens que a realidade do Brasil. Na Turquia, a participação feminina é de 17%, contra 19% na Arábia Saudita, 20% no Paquistão e Marrocos, 25% no Iraque, 27% no Afeganistão e 35% na Tunísia.
Para a UIP, os dados mundiais revelam que as cotas funcionam e mais de 130 países hoje contam com regras neste sentido. Mas, por si só, elas não vão resolver a disparidade de representação. A avaliação é de que tais cotas precisam ser acompanhadas por sanções contra partidos que as desrespeitarem, assim como medidas e mecanismos para garantir a participação mais equilibrada da sociedade na política.
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