Por Copa do Brasil, Teixeira recebeu quase R$ 4 milhões em Andorra
Começa nesta segunda-feira o julgamento de Sandro Rosell, acusado na Espanha por ter promovido lavagem de dinheiro para beneficiar Ricardo Teixeira. De acordo com investigação, o ex-presidente da CBF é suspeito de ter recebido propinas no exterior
GENEBRA – O ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, é denunciado por investigadores espanhóis por ter usado contas no exterior para receber pagamentos ilícitos relacionados com a Copa do Brasil.
Os dados fazem parte dos documentos de acusação obtidos pelo blog e que, nesta segunda-feira, serão apresentados em Madri na abertura do processo contra o ex-presidente do Barcelona e parceiro comercial de Teixeira, Sandro Rosell.
Em 2013, eu revelei como um acordo secreto entre Rosell, CBF e a empresa que mantinha os direitos sobre os jogos do Brasil – a ISE – rendeu ao cartola 8,4 milhões de euros. Oficialmente, o pagamento feito pela ISE aos cartolas era por conta da ajuda que o catalão prestou por fechar contratos para a CBF para a organização dos jogos.
Mas o Ministério Público da Espanha não tem a mesma opinião e o acusa de ter promovido um desvio de recursos e lavagem de dinheiro, em cada um desses amistosos. A acusação também é de que o dinheiro, em parte, acabaria com o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, em contas secretas. O brasileiro, segundo a investigação, chegou a ter um cartão de crédito "platinum" que dava acesso a esse dinheiro.
A investigação, porém, não se limitou aos amistosos. Numa conta que tem Teixeira como beneficiário em Andorra, os procuradores descobriram um pagamento de US$ 1 milhão em 23 de setembro de 2011. O dinheiro vinha da empresa Exterpise Travel, que por sua vez recebeu os recursos da Klefer, companhia formada por Kleber Leite.
"Essa operação poderia estar vinculada aos valores ilicitamente recebidos por Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, no marco do contrato assinado em 2011 entre a Klefer e a CBF, para a obtenção dos direitos de difusão e marketing da Copa do Brasil de 2013", indicou o processo espanhol.
"Na mesma, estariam implicados os irmãos Claudio e Wagner Abrahão, sendo essa matéria própria da investigação efetuada nas diligências prévias No. 8000150/2015 da Seção de Instrução Especializada do Principado de Andorra", completa.
A conta que se beneficiou do depósito está em nome da empresa Itasca, registrada no Panamá e com conta em Andorra, no banco Andbank. Teixeira aparece na documentação como um dos dois beneficiários da conta.
Ao longo dos anos, Teixeira declarou em diversas ocasiões à imprensa ser inocente. Rosell, em sua defesa, insiste que os valores recebidos são comissões por trabalhos efetuados para a CBF.
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