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Jamil Chade

Maduro acena para libertação de presos políticos durante visita da ONU

Jamil Chade

14/06/2019 11h35

GENEBRA –  Depois de anos se recusando a receber uma visita da ONU para tratar das violações de direitos humanos, o governo de Nicolas Maduro receberá a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet. A visita, que estará cercada de polêmica, ocorrerá entre os dias 19 e 21 de junho.

Bachelet estará com Maduro, além de encontros com ministros, procurador-geral e com a Corte Suprema.

Para que a viagem tivesse ocorrido, a ONU exigiu que Maduro fizesse um gesto. Caracas, assim, sinalizou que anunciará a liberação de presos políticos durante a viagem.

Segundo fontes venezuelanas, a liberação será ainda seguida pela criação de um escritório da ONU no país, para que a entidade possa monitorar a situação de direitos humanos.

A esperança dos venezuelanos é de que, com o gesto, a Venezuela não seja condenada no Conselho de Direitos Humanos da ONU, que tem sua reunião marcada para dia 24 de junho.

Mas a chilena também realizará encontros com Juan Guaidó e com vítimas de violações de direitos humanos, assim como de abusos. Familiares também serão visitados, além de representantes de ongs, sindicatos e acadêmicos.

Ao longo dos anos, a ONU vem alertando para as violações cometidas na Venezuela, além de insistir por uma solução negociada para a crise.

O governo venezuelano, que por anos, rejeitou a visita, agora quer usar o encontro para denunciar o impacto do embargo sofrido em sua economia.

Sobre o autor

Com viagens a mais de 70 países, Jamil Chade percorreu trilhas e cruzou fronteiras com refugiados e imigrantes, visitou acampamentos da ONU na África e no Oriente Médio e entrevistou heróis e criminosos de guerra.Correspondente na Europa há duas décadas, Chade entrou na lista dos 50 jornalistas mais admirados do Brasil (Jornalistas&Cia e Maxpress) em 2015 e foi eleito melhor correspondente brasileiro no exterior em duas ocasiões (Prêmio Comunique-se). De seu escritório dentro da sede das Nações Unidas, em Genebra, acompanhou algumas das principais negociações de paz do atual século e percorre diariamente corredores que são verdadeiras testemunhas da história. Em sua trajetória, viajou com dois papas, revelou escândalos de corrupção no esporte, acompanhou o secretário-geral da ONU pela África e cobriu quatro Copas do Mundo. O jornalista paulistano também faz parte de uma rede de especialistas no combate à corrupção da entidade Transparencia Internacional, foi presidente da Associação da Imprensa Estrangeira na Suíça e contribui regularmente com veículos internacionais como BBC, CNN, CCTV, Al Jazeera, France24, La Sexta e outros. Chade é autor de cinco livros, dois dos quais foram finalistas do Prêmio Jabuti.

Sobre o blog

Afinal, onde começam os Direitos Humanos? Em pequenos lugares, perto de casa — tão perto e tão pequenos que eles não podem ser vistos em qualquer mapa do mundo. No entanto, estes são o mundo do indivíduo; a vizinhança em que ele vive; a escola ou universidade que ele frequenta; a fábrica, quinta ou escritório em que ele trabalha. Tais são os lugares onde cada homem, mulher e criança procura igualdade de justiça, igualdade de oportunidade, igualdade de dignidade sem discriminação. A menos que esses direitos tenham significado aí, eles terão pouco significado em qualquer outro lugar. Sem a ação organizada do cidadão para defender esses direitos perto de casa, nós procuraremos em vão pelo progresso no mundo maior. (Eleanor Roosevelt)