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Jamil Chade

OMS aplaude decisão da AGU de abrir ação contra empresas de cigarro

Jamil Chade

24/05/2019 07h24

GENEBRA – A Organização Mundial da Saúde (OMS) aplaude a decisão da Advocacia-Geral da União (AGU) de abrir um processo contra as maiores fabricantes de cigarros do Brasil, pedindo para que as multinacionais paguem pelos gastos da rede pública de saúde com tratamentos de doenças causadas pelo tabaco. As informações foram divulgadas pela AGU.

De acordo com a ação, "o pedido abrange os gastos da União nos últimos cinco anos com o tratamento de pacientes com 26 (vinte seis) doenças cuja relação com o consumo ou simples contato com a fumaça dos cigarros é cientificamente comprovada'".

A reparação solicitada, portanto, seria "proporcional dos custos que terá nos próximos anos com os tratamentos e o pagamento de indenização por danos morais coletivos'.

De acordo com a AGU, "são alvo da ação as maiores fabricantes de cigarros do Brasil: Souza Cruz LTDA, Philip Morris Brasil Indústria e Comércio LTDA e Philip Morris Brasil S/A, que juntas detêm aproximadamente 90% do mercado nacional de fabricação e comércio de cigarros, e suas controladoras internacionais (British American Tobacco PLC e Philip Morris International)".

Num comunicado, a OMS "aplaudiu a ação do governo em pedi compensações pelos custos sociais e económicos do sofrimento e para a saúde, resultantes das doenças causadas pelo tabaco".

Para a OMS, "o tabaco é uma das maiores ameaças de saúde pública que o mundo jamais enfrentou, matando mais de 7 milhões de pessoas por ano".

Na avaliação da entidade, o cigarro "aumenta dramaticamente o custo da saúde, e seu impacto sobre a sociedade".

Sobre o autor

Com viagens a mais de 70 países, Jamil Chade percorreu trilhas e cruzou fronteiras com refugiados e imigrantes, visitou acampamentos da ONU na África e no Oriente Médio e entrevistou heróis e criminosos de guerra.Correspondente na Europa há duas décadas, Chade entrou na lista dos 50 jornalistas mais admirados do Brasil (Jornalistas&Cia e Maxpress) em 2015 e foi eleito melhor correspondente brasileiro no exterior em duas ocasiões (Prêmio Comunique-se). De seu escritório dentro da sede das Nações Unidas, em Genebra, acompanhou algumas das principais negociações de paz do atual século e percorre diariamente corredores que são verdadeiras testemunhas da história. Em sua trajetória, viajou com dois papas, revelou escândalos de corrupção no esporte, acompanhou o secretário-geral da ONU pela África e cobriu quatro Copas do Mundo. O jornalista paulistano também faz parte de uma rede de especialistas no combate à corrupção da entidade Transparencia Internacional, foi presidente da Associação da Imprensa Estrangeira na Suíça e contribui regularmente com veículos internacionais como BBC, CNN, CCTV, Al Jazeera, France24, La Sexta e outros. Chade é autor de cinco livros, dois dos quais foram finalistas do Prêmio Jabuti.

Sobre o blog

Afinal, onde começam os Direitos Humanos? Em pequenos lugares, perto de casa — tão perto e tão pequenos que eles não podem ser vistos em qualquer mapa do mundo. No entanto, estes são o mundo do indivíduo; a vizinhança em que ele vive; a escola ou universidade que ele frequenta; a fábrica, quinta ou escritório em que ele trabalha. Tais são os lugares onde cada homem, mulher e criança procura igualdade de justiça, igualdade de oportunidade, igualdade de dignidade sem discriminação. A menos que esses direitos tenham significado aí, eles terão pouco significado em qualquer outro lugar. Sem a ação organizada do cidadão para defender esses direitos perto de casa, nós procuraremos em vão pelo progresso no mundo maior. (Eleanor Roosevelt)