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Jamil Chade

Morte de peruano deve ser alerta para processos, dizem advogados de Lula

Jamil Chade

18/04/2019 15h56

Apoiadora do ex-presidente peruano Alan García exibe materiais de campanha do político Foto: AFP

Diante da morte do ex-presidente do Peru, Alan Garcia, o instituto lançado pelos advogados de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alerta sobre as condições das delações premiadas e as garantias dos suspeitos.

O Lawfare Institute, lançado em Londres em 2018 pelos advogados Cristiano e Valeska Zanin e Rafael Valim, fez questão de apontar para a relevância do suicídio do ex-líder peruano, depois de ter sido denunciado por corrupção a partir de uma delação premiada.

A nota foi assinada por juízes, advogados, juristas, especialistas em comunicação e ex-chanceleres de diversas nacionalidades. "O poder coercitivo do processo legal nunca deve ser usado ou manipulado para garantir ganhos políticos", escreveram.

"Medidas cautelares que limitam a liberdade devem ser usadas apenas de acordo com o devido processo legal e com salvaguardas robustas", disseram.
Segundo eles, o fenômeno do "lawfare" seria a violação sistemática de direitos, por meio do sequestro de processos criminais. Esse fenômeno, de acordo com os juristas, deve ser "resistido".

O Instituto foi criado com o objetivo de analisar casos de "lawfare" ao redor do mundo. Além do caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já foi analisada a situação do ex-presidente do Equador Rafael Correa, que hoje vive na Europa.

Sobre o autor

Com viagens a mais de 70 países, Jamil Chade percorreu trilhas e cruzou fronteiras com refugiados e imigrantes, visitou acampamentos da ONU na África e no Oriente Médio e entrevistou heróis e criminosos de guerra.Correspondente na Europa há duas décadas, Chade entrou na lista dos 50 jornalistas mais admirados do Brasil (Jornalistas&Cia e Maxpress) em 2015 e foi eleito melhor correspondente brasileiro no exterior em duas ocasiões (Prêmio Comunique-se). De seu escritório dentro da sede das Nações Unidas, em Genebra, acompanhou algumas das principais negociações de paz do atual século e percorre diariamente corredores que são verdadeiras testemunhas da história. Em sua trajetória, viajou com dois papas, revelou escândalos de corrupção no esporte, acompanhou o secretário-geral da ONU pela África e cobriu quatro Copas do Mundo. O jornalista paulistano também faz parte de uma rede de especialistas no combate à corrupção da entidade Transparencia Internacional, foi presidente da Associação da Imprensa Estrangeira na Suíça e contribui regularmente com veículos internacionais como BBC, CNN, CCTV, Al Jazeera, France24, La Sexta e outros. Chade é autor de cinco livros, dois dos quais foram finalistas do Prêmio Jabuti.

Sobre o blog

Afinal, onde começam os Direitos Humanos? Em pequenos lugares, perto de casa — tão perto e tão pequenos que eles não podem ser vistos em qualquer mapa do mundo. No entanto, estes são o mundo do indivíduo; a vizinhança em que ele vive; a escola ou universidade que ele frequenta; a fábrica, quinta ou escritório em que ele trabalha. Tais são os lugares onde cada homem, mulher e criança procura igualdade de justiça, igualdade de oportunidade, igualdade de dignidade sem discriminação. A menos que esses direitos tenham significado aí, eles terão pouco significado em qualquer outro lugar. Sem a ação organizada do cidadão para defender esses direitos perto de casa, nós procuraremos em vão pelo progresso no mundo maior. (Eleanor Roosevelt)