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Jamil Chade

Brasil tem quarto maior número de jornalistas mortos em 2019

Jamil Chade

04/07/2019 04h42

 

 

 

 

Dois assassinatos no estado do Rio colocam País entre os primeiros colocados no que se refere a crimes contra a imprensa
GENEBRA – Com dois casos de assassinatos de jornalistas nos seis primeiros meses de 2019, o Brasil aparece na quarta colocação entre os países com mais casos de mortes de profissionais de imprensa.

De acordo com a entidade Press Emblem Campaign (PEC), com sede em Genebra, 38 jornalistas foram mortos no mundo entre janeiro e junho de 2019. O total ficou abaixo dos números de 2018, quando 66 profissionais foram mortos no mesmo período do ano.

Mas, ainda assim, a entidade destaca o perigo vivido pelos jornalistas na América Latina. O país que mais assassina seus profissionais é o México, com nove mortos em seis meses. Na segunda colocação vem o Afeganistão, com seis casos em 2019. A terceira colocação ficou com o Paquistão, com quatro jornalistas assassinados.

O Brasil divide a quarta posição com a Colômbia, com dois mortos cada. A lista ainda inclui um jornalista morto na Síria, outro no Iemen, além de casos no Iraque, Líbia e Honduras.

O que os números ainda revelam é que, em termos regionais, a América Latina já soma mais mortos que o Oriente Médio. Foram 15 profissionais assassinados na região em seis meses.

Na lista da entidade, aparecem dois nomes de jornalistas brasileiros. Em maio, Robson Giorno, dono do jornal O Maricá, foi morto no estado do Rio de Janeiro. Poucas semanas depois, foi Romario Barros, fundador do site Lei Seca Maricá, que também foi baleado.

Sobre o autor

Com viagens a mais de 70 países, Jamil Chade percorreu trilhas e cruzou fronteiras com refugiados e imigrantes, visitou acampamentos da ONU na África e no Oriente Médio e entrevistou heróis e criminosos de guerra.Correspondente na Europa há duas décadas, Chade entrou na lista dos 50 jornalistas mais admirados do Brasil (Jornalistas&Cia e Maxpress) em 2015 e foi eleito melhor correspondente brasileiro no exterior em duas ocasiões (Prêmio Comunique-se). De seu escritório dentro da sede das Nações Unidas, em Genebra, acompanhou algumas das principais negociações de paz do atual século e percorre diariamente corredores que são verdadeiras testemunhas da história. Em sua trajetória, viajou com dois papas, revelou escândalos de corrupção no esporte, acompanhou o secretário-geral da ONU pela África e cobriu quatro Copas do Mundo. O jornalista paulistano também faz parte de uma rede de especialistas no combate à corrupção da entidade Transparencia Internacional, foi presidente da Associação da Imprensa Estrangeira na Suíça e contribui regularmente com veículos internacionais como BBC, CNN, CCTV, Al Jazeera, France24, La Sexta e outros. Chade é autor de cinco livros, dois dos quais foram finalistas do Prêmio Jabuti.

Sobre o blog

Afinal, onde começam os Direitos Humanos? Em pequenos lugares, perto de casa — tão perto e tão pequenos que eles não podem ser vistos em qualquer mapa do mundo. No entanto, estes são o mundo do indivíduo; a vizinhança em que ele vive; a escola ou universidade que ele frequenta; a fábrica, quinta ou escritório em que ele trabalha. Tais são os lugares onde cada homem, mulher e criança procura igualdade de justiça, igualdade de oportunidade, igualdade de dignidade sem discriminação. A menos que esses direitos tenham significado aí, eles terão pouco significado em qualquer outro lugar. Sem a ação organizada do cidadão para defender esses direitos perto de casa, nós procuraremos em vão pelo progresso no mundo maior. (Eleanor Roosevelt)