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Jamil Chade

2019 caminha para ser um dos anos mais quentes da história

Jamil Chade

28/06/2019 06h52

Trump e Bolsonaro se cumprimentam durante coletiva de imprensa na Casa Branca, em Washington (REUTERS)

 

Questionada pelo UOL diante das posições de questionamento do Itamaraty sobre mudanças climáticas, agência de meteorologia garante: "elas são reais"

 

 

 

GENEBRA – 2019 caminha para ser um dos anos mais quentes da história. O alerta é da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que já destaca que a média nos termômetros entre janeiro e maio coloca o período como o terceiro com as temperaturas mais elevadas já registradas. E ainda sem considerar a onda de calor que atinge a Europa nos últimos dias.

O alerta é feito enquanto diversos países europeus anunciam alerta vermelho. Em alguns locais, governos apontam que a situação climática já representa uma ameaça à vida.

Na Austria, a média de temperatura do mês de junho já é a mais elevada e está 4 graus Celsius acima da média para o período.

Na França, depois de registrar uma média de quase 35 graus Celsius, o governo declarou alerta vermelho para pelo menos quatro regiões. Nesses locais, os termómetros irão superar a marca dos 40 graus por alguns dias.

Diversas regiões da Espanha, entre elas a Catalunha, também emitiram um alerta vermelho diante do calor.

Na estação de esqui de Davos, conhecida por suas montanhas geladas, as temperaturas chegaram a 29 graus Celsius, mesmo estando 1.560 metros acima do nível do mar.

De acordo com a OMM, o mês de maio já registrou a menor cobertura de gelo na Antártida, enquanto o Ártico registrou a segunda menor cobertura.

BOLSONARO X CLIMA 

Questionado pelo UOL sobre o posicionamento do governo Bolsonaro de colocar em questão o fenômeno das mudanças climáticas, a agência garantiu: "mudanças climáticas são reais". "Ciência climática é apolítica. Os eventos extremos não tem fronteiras e estamos vendo isso agora", declarou uma porta-voz da agência, numa coletiva de imprensa nesta sexta-feira em Genebra.

Para a OMM, seria cedo para dizer que o atual fenômeno de calor na Europa está relacionado diretamente com as mudanças climáticas. "Mas é consistente com o que esperamos", indicou. "As ondas de eventos como esse ficarão mais extremos e mais frequentes", completou.

Sobre o autor

Com viagens a mais de 70 países, Jamil Chade percorreu trilhas e cruzou fronteiras com refugiados e imigrantes, visitou acampamentos da ONU na África e no Oriente Médio e entrevistou heróis e criminosos de guerra.Correspondente na Europa há duas décadas, Chade entrou na lista dos 50 jornalistas mais admirados do Brasil (Jornalistas&Cia e Maxpress) em 2015 e foi eleito melhor correspondente brasileiro no exterior em duas ocasiões (Prêmio Comunique-se). De seu escritório dentro da sede das Nações Unidas, em Genebra, acompanhou algumas das principais negociações de paz do atual século e percorre diariamente corredores que são verdadeiras testemunhas da história. Em sua trajetória, viajou com dois papas, revelou escândalos de corrupção no esporte, acompanhou o secretário-geral da ONU pela África e cobriu quatro Copas do Mundo. O jornalista paulistano também faz parte de uma rede de especialistas no combate à corrupção da entidade Transparencia Internacional, foi presidente da Associação da Imprensa Estrangeira na Suíça e contribui regularmente com veículos internacionais como BBC, CNN, CCTV, Al Jazeera, France24, La Sexta e outros. Chade é autor de cinco livros, dois dos quais foram finalistas do Prêmio Jabuti.

Sobre o blog

Afinal, onde começam os Direitos Humanos? Em pequenos lugares, perto de casa — tão perto e tão pequenos que eles não podem ser vistos em qualquer mapa do mundo. No entanto, estes são o mundo do indivíduo; a vizinhança em que ele vive; a escola ou universidade que ele frequenta; a fábrica, quinta ou escritório em que ele trabalha. Tais são os lugares onde cada homem, mulher e criança procura igualdade de justiça, igualdade de oportunidade, igualdade de dignidade sem discriminação. A menos que esses direitos tenham significado aí, eles terão pouco significado em qualquer outro lugar. Sem a ação organizada do cidadão para defender esses direitos perto de casa, nós procuraremos em vão pelo progresso no mundo maior. (Eleanor Roosevelt)