Sob suspeita, procurador suíço que lidera Lava Jato tem reeleição adiada
GENEBRA – A eleição do novo procurador-geral da Suíça é adiada para o segundo semestre do ano diante de denúncias de que o chefe do MP, Michael Lauber, teria violado procedimentos e mantido reuniões secretas. Lauber concorre a um novo mandato e a votação do Parlamento estava marcada para este mês.
Mas a revelação sobre encontros secretos de Lauber com partes sob investigação levaram as autoridades de controle do MP suíço a abrir um inquérito disciplinar contra o Procurador Federal. A votação e sua eventual reeleição, portanto, foram agendadas para setembro.
Michael Lauber é suspeito de ter mantido reuniões informais e não declaradas com o presidente da Fifa, Gianni Infantino. O problema: Lauber também investiga a Fifa desde 2015 e seus cartolas pelo escândalo de corrupção que levou à prisão mais de uma dezena de dirigentes e operadores do futebol.
O que o inquérito quer saber, agora, é se Lauber violou seus deveres de função ao manter reuniões não declaradas com o presidente da entidade que ele mesmo investigava.
O encontro com Infantino, outro suíço, não seria um ato ilegal. Mas Lauber não os documentou e nem os informou aos demais procuradores.
Lava Jato
A Procuradoria-Geral também é acusada por advogados de ter mantido reuniões secretas com procuradores brasileiros envolvidos na Operação Lava Jato. Não há garantias de que o procurador-geral estivesse nesses encontros.
Foi Lauber quem autorizou dezenas de processos de cooperação com o Brasil, permitindo a condenação de vários suspeitos, entre eles Eduardo Cunha.
Foi sua cooperação que também garantiu o congelamento de US$ 1,1 bilhão em contas secretas na Suíça, supostamente de esquemas de corrupção no Brasil.
Agora, quem conduz o processo sobre Lauber é Hanspeter Uster, que declarou que "possíveis violações de deveres oficiais por parte do Ministério Público Federal no âmbito do complexo processual da Fifa deveriam ser esclarecidas no âmbito do direito disciplinar".
O inquérito deve ser realizado por um "perito externo", que ainda será escolhido. O especialista deve esclarecer, por exemplo, a que serviram as reuniões de Lauber com Infantino e se houve alguma manipulação.
Lauber se recusa a deixar o cargo e insiste que não fez nada de ilegal. Ele tampouco abre mão de mais um mandato e se mantém na corrida pelo cargo.
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