Em meio à guerra de informação, venezuelano diz que "golpe está derrotado"
GENEBRA – O embaixador da Venezuela na ONU, Jorge Valero, insistiu em Genebra nesta terça-feira que o "golpe de estado" em seu país já está "derrotado". Em declarações, o diplomata informou que enviou a todas as missões estrangeiras um comunicado em que pede para que o ato de Juan Guaidó não seja apoiado e garantiu que se vive "normalidade" nos quartéis.
"O pequeno grupo de soldados que tentou quebrar a ordem democrática foi já derrotado. Posso assegurar que o governo nacional tem controle total sobre o território", disse. "Os pequenos focos que tentaram causar um caos no país foram derrotados".
Mas, enquanto ele falava, representantes de Guaidó enviaram um comunicado a todas as delegações na ONU e aos jornalistas estrangeiros anunciando que o "movimento democrático tem o apoio de parte significativa das forças armadas".
"O presidente Juan Guaidó apela à população para que tome as ruas para manifestar o apoio e ao resto das forças armadas para que se junte ao movimento histórico", escreveram.
Castigo
Ao UOL, Valero tinha outra versão. O diplomata deixou claro que Guaidó cometeu um "crime de lesa pátria". "A lei da Constituição será rigorosamente aplicada, respeitando os direitos humanos. Mas com o devido castigo", prometeu. "Ele chegou ao extremo de usar armas para derrotar ao governo", disse.
indicou que espera que o governo brasileiro não tome a decisão de apoiar uma eventual intervenção estrangeira contra a Venezuela. "Esperamos que o governo brasileiro e suas forças armadas condenem ao governo e não se comportem como a Colômbia, que saiu em seu apoio", declarou.
O diplomata não disfarça que aposta nos militares brasileiros para evitar que o governo brasileiro opte por um apoio a uma invasão.
Segundo ele, o gesto de Guaidó deve ser entendido como uma tentativa de criar uma situação para justificar um ataque armado externo. "O imperialismo americano já chegou à conclusão de que não pode derrubar o governo pela forma democrática. O governo conta com milhões de homens. Mas os EUA sabem que a única maneira seria uma intervenção militar", disse.
"O que eles querem, portanto, é um banho de sangue. É uma estratégia sangrenta. Querem que existam vítimas, mortes, para justificar uma intervenção", afirmou.
"Essa foi mais uma tentativa do governo americano de derrubar o presidente Nicolas Maduro. Trata-se de uma ação instigada, propulsionada, apoiada pelo governo de Trump. Eles já tentaram de múltiplas formas", declarou. "Tentou já assassinar Maduro, com o apoio da CIA. Mas apenas conseguem o apoio de soldados de baixo perfil. Agora, uma vez mais, essa tentativa de golpe está sendo planejada, organizada e paga pela CIA. Mas é uma nova derrota", completou.
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