Farpas entre clã Bolsonaro e Mourão contaminam diplomacia
GENEBRA – O governo brasileiro não sabe quem representará o País nas comemorações dos cem anos da Organização Internacional do Trabalho, marcadas para junho em Genebra. O evento contará com algumas dezenas de chefes-de-estado e de governo e promete ser concluído com uma declaração sobre o futuro do trabalho no mundo.
O blog apurou, porém, que o governo brasileiro ainda não determinou de que forma o País será representado. Uma das sugestões apresentadas internamente no governo foi de que conferência fosse colocada na agenda do vice-presidente, Hamilton Mourão.
Com uma representação de alto nível hierárquico, o Brasil seria colocado para discursar nos primeiros dias do evento, com plateia cheia e ao lado dos demais chefes-de-estado.
Mas a proposta esbarrou em resistências em Brasilia, principalmente diante de avaliações de certos grupos de que Mourão estaria ocupando uma posição de protagonismo.
Por enquanto, portanto, a ideia de o Brasil ser representado por Mourão foi congelada. Mas, sem uma representação elevada e sem um Ministério do Trabalho, o País deve ser colocado para discursar fora dos dias de maior atenção da imprensa internacional e dos demais governos.
Um provável substituto para Mourão seria o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho. Mas que, para efeitos de protocolo, não tem a mesma posição de um ministro de estado.
Seja qual for o representante brasileiro, a cúpula da OIT promete ser palco de um debate intenso sobre o Brasil. Já no início de maio, a CUT e as demais centrais sindicais brasileiras serão recebidas pelo diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder.
Num comunicado, as centrais indicaram que vão "denunciar as medidas tomadas pelo governo brasileiro que vêm acabando com os direitos trabalhistas, além das práticas antissindicais".
"Entre as medidas do governo brasileiro que serão denunciadas estão: a reforma da Previdência, que se aprovada pelo Congresso Nacional vai aumentar o tempo de contribuição e diminuir o valor do benefício, jogando milhões de aposentados na miséria; a Medida Provisória (MP) Nº 873, que proíbe o desconto em folha salarial das contribuições sindicais, com a clara intenção de asfixiar financeiramente os sindicatos e, a reforma Trabalhista de Michel Temer, que retirou 100 direitos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)", alertou a CUT.
"Os trabalhadores e trabalhadoras já vinham perdendo direitos arduamente conquistados durante o governo Temer e, agora, piorou com Bolsonaro. Não existe respeito e diálogo com o atual governo", disse o secretário de Relações Internacionais da CUT, Antonio Lisboa.
"Por isso, é importante denunciar junto à diretoria-geral da OIT os ataques aos sindicatos e a toda classe trabalhadora brasileira", afirma Lisboa, que também é membro do Conselho de Administração da OIT.
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