"Lava Jato suíça" anuncia que ainda têm R$ 2,6 bi bloqueados
Em cinco anos de investigação, Berna já devolveu R$ 1,4 bilhão ao Brasil. Mas o restante dos valores confiscados ainda pode levar anos para ser repatriado.
GENEBRA – As autoridades suíças revelam que ainda têm mais de R$ 2,6 bilhões bloqueados em contas no país europeu, relativos a suspeitos de corrupção na Operação Lava Jato.
De acordo com o Ministério Público da Suíça, a cooperação com o Brasil já resultou na devolução de R$ 1,4 bilhão. Mas, cinco anos depois do início de um dos maiores casos de corrupção do mundo, a repatriação do restante ainda dependerá da conclusão dos processos, condenações e mesmo a descoberta dos verdadeiros donos de centenas de contas que ainda estão por ser investigadas.
Os dados foram anunciados nesta terça-feira, depois do encontro mantido na segunda-feira em Brasília entre o procurador-geral da Suíça, Michael Lauber, e Raquel Dodge, a procuradora-geral da República.
Durante o encontro, os dois países assinaram uma declaração se comprometendo a continuar a colaborar e até a intensificar a troca de informações.
Investigando casos relativos à estatal Petrobras, Odebrecht e políticos brasileiros, Berna admitiu que a operação é "uma das mais complexas que a Procuradoria-Geral jamais teve de lidar".
No total, mais de mil contas suspeitas foram encontradas e, ainda hoje, cerca de 70 processos criminais estão em andamento na Suíça. Dois desses processos são contra instituições financeiras suíças, suspeitas de terem ajudado brasileiros a desviar milhões de dólares e promover lavagem de dinheiro.
Desde 2014, cerca de 15 processos foram transferidos da Suíça para o Brasil, como o do ex-deputado Eduardo Cunha. A cooperação entre os dois países ainda envolveu 120 casos diferentes.
A devolução do dinheiro, porém, pode ser mais lenta que se esperava. Por enquanto, os 365 milhões de francos que voltaram ao Brasil, cerca de R$ 1,4 bilhão, se referem a valores confiscados de suspeitos que fecharam acordos de delação premiada. Nesses acordos, esses suspeitos aceitaram repatriar os recursos.
Em março de 2019, por exemplo, cerca de 9 milhões de francos suíços deixaram os bancos europeus em direção ao Brasil.
O desafio, porém, é o que fazer ainda com cerca de 700 milhões de francos suíços que continuam congelados.
Para que esse dinheiro retorne ao Brasil, os donos das contas suspeitas terão de ser julgados e condenados em última instância.
Fontes próximas ao caso admitem que esse estoque de dinheiro pode levar ainda anos para que volte ao Brasil.
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