Grupos armados exploram trilhas usadas por imigrantes venezuelanos
Fechamento de fronteiras com o Brasil e Colômbia ameaça milhares de pessoas, que são obrigadas a cruzar rios e atravessar a floresta para fugir da Venezuela
GENEBRA – Milhares de venezuelanos continuam cruzando de forma ilegal a fronteira em direção ao Brasil e Colômbia, apesar do fechamento de todos os pontos oficiais de passagem. O alerta é da ONU que, nesta sexta-feira, indicou que os refugiados e migrantes estão chegando aos países vizinhos cruzando rios e atravessando a floresta, colocando suas vidas em risco.
No dia 23 de fevereiro, o governo de Nicolas Maduro anunciou o fechamento das fronteiras com o Brasil e Colômbia.
Mas o fluxo de pessoas continuou. A diferença: os imigrantes e refugiados tiveram de passar a usar caminhos alternativos e descobriram que, muitos deles, estavam sendo controlados por grupos armados e organizações criminosas, que passaram a lucrar com o êxodo.
"Muitos estão arriscando suas vidas, cruzando rios com fortes correntes e arriscando serem explorados e abusados por grupos armados que controlam caminhos irregulares", alertou Andrej Mahecic, porta-voz da ONU para Refugiados.
Hoje, a entidade estima que 3,4 milhões de venezuelanos vivem fora do país. Por dia, cerca de cinco mil pessoas continuam a deixar a Venezuela. "As pessoas que estão desesperadas vão encontrar uma forma para cruzar a fronteira", disse.
De acordo com Mahecic, aqueles que desembarcam do outro lado da fronteira estão relatando casos em que grupos armados e organizações criminosas estão explorando esses caminhos e existe inclusive o risco de que parte deles acabem sendo recrutados.
Outro risco é de que essas pessoas, já com sérias limitações financeiras, acabem sendo obrigadas a contrair dívidas importantes para poder pagar para que utilizem os caminhos irregulares.
Rios – O fechamento das fronteiras também tem colocado em risco os venezuelanos, que são obrigados a cruzar rios. Nos últimos dias, porém, as chuvas elevaram os níveis de alguns desses rios e inundaram os caminhos clandestinos por meio da floresta.
Um dos rios usados é o Tachira que, diante das chuvas, passou a ser um risco para aqueles que tentam cruzar.
Sem poder contar com as alternativas ilegais, muitos voltaram a tentar usar os caminhos tradicionais, fechados pelas autoridades. O resultado foi o acúmulo de 46 mil pessoas sobre a ponte Simon Bolivar, entre as cidades de San Antonio de Tachira e Cucuta, que optaram pelo caminho tradicional diante dos riscos nos rios e trilhas clandestinas.
A situação levou a ponte a registrar um caos, colocando uma vez mais em risco milhares de pessoas.
De acordo com a ONU, o risco é de que, com a temporada das chuvas ganhando força na região nas próximas semanas, os riscos para os venezuelanos serão cada vez maiores para cruzar as fronteiras.
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