Brasileiros têm de pagar do bolso mais da metade da conta da saúde no país
GENEBRA – A renda média de um brasileiro é bem inferior à de um dinamarquês, de um britânico ou de um alemão. Mas, a cada ano, o cidadão no Brasil é obrigado a tirar do bolso praticamente o mesmo valor desses europeus para arcar com sua saúde.
Dados coletados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que o Estado brasileiro continua a pagar por menos da metade de todo o custo da saúde no país, deixando 52% da conta para cada um de seus cidadãos.
No ano 2000, o brasileiro pagava em média US$ 436 (valor calculado em Paridade de Poder de Compra) em saúde por ano. Em 2015, esse valor subiu para US$ 786. O montante pago por um dinamarquês, porém, é de US$ 800.
A renda individual média na Dinamarca é de US$ 45 mil, contra apenas US$ 15 mil no Brasil, de acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Na Alemanha, a conta da saúde para cada um fica em cerca de US$ 831 por ano, contra US$ 815 no Reino Unido.
O brasileiro chega a pagar mais que um islandês, que tem uma renda média anual de US$ 46 mil, uma das mais altas do mundo.
Parte do problema está na falta de investimentos públicos. Segundo os mesmos dados da OMS, o percentual do orçamento para saúde caiu entre 2000 e 2015 no Brasil.
Em 2015, último ano em que a OMS tem todos os dados compilados para mais de 190 países, o governo brasileiro havia destinado 7,7% de seu orçamento público para a saúde. O percentual é inferior à média mundial, de 9,9%. Ela também está bem abaixo dos 12,5% registrados na Europa.
A taxa brasileira em 2015 era a menor em pelo menos 15 anos. No ano de 2000, por exemplo, 10,1% do orçamento ia para a saúde.
Em 2015, o Estado brasileiro destinou a cada um de seus cidadãos cerca de US$ 594 para a saúde. No Chile, o investimento foi de US$ 1.100. Em Cuba, o valor chegou a US$ 2.100, contra mais de US$ 4.200 na Dinamarca.
De acordo com os dados da OMS, o estado brasileiro arcava com apenas 42% dos custos da saúde no país em 2015. Em 2010, essa taxa era de 45%.
No Chile, o levantamento aponta que o estado arca com 60% dos custos da saúde, contra 66% na Colômbia, 76% na Costa Rica e 52% no México. Na Alemanha, a taxa é de 84%, contra 74% na Itália.
De uma forma geral, os gastos com saúde no Brasil –incluindo investimentos do Estado e privados– chegam a 8,9% do PIB, contra uma média mundial de 6,3%.
Em 2015 anos, o valor total subiu de US$ 880 para US$ 1.300 por pessoa por ano. Mas o montante está distante dos mais de US$ 5.000 na Alemanha ou Dinamarca, US$ 6.000 na Noruega ou mais de US$ 9.000 nos EUA.
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