Sem acordo, Brexit traria ganhos anuais de 1,7 bi de euros para Brasil
No divórcio mais caro da história, o Brasil pode ficar com os discos. Marcada por incertezas e capítulos inesperados, a saída do Reino Unido da União Europeia traria benefícios comerciais para o País. No caso de um "Hard Brexit", em que um acordo de separação não fosse encontrado em Londres e Bruxelas, a economia brasileira poderia ganhar até 1,7 bilhão de euros por ano.
A avaliação faz parte de um estudo realizado pelo instituto alemão Bertelsmann Stiftung, usado hoje como referência para medir o impacto da separação na Europa. A lógica é simples: com o fim dos acordos de livre comércio entre os dois lados do Canal da Mancha, produtos ingleses passariam a pagar impostos para entrar no mercado europeu. O mesmo ocorreria com as exportações europeias para a ilha.
O cenário deixado por essas novas tarifas representaria uma oportunidade de ganhos para as exportações brasileiras, já que passariam a concorrer de igual para igual com os produtos ingleses e europeu.
O Brasil não é o único beneficiado. A economia da Índia teria ganhos de 2,1 bilhões de euros, contra 5,2 bilhões para a China. Mas, de acordo com o levantamento, o verdadeiro de ganhador do fracasso de um acordo no Brexit seria a economia dos EUA. O benefício com as novas exportações poderiam chegar a 13 bilhões de euros.
Do outro lado do oceano, o levantamento revela que, seja qual for o formato que o Brexit tomará, a Europa sai perdendo. E muito.
Por ano, o custo do divórcio pode ser de 40 bilhões de euros para o bloco. Com as novas tarifas, produtos europeus não teriam a mesma competitividade no mercado britânico, um dos mais ricos do mundo. Só a Alemanha teria um impacto de 10 bilhões de euros, contra 8 bilhões no caso da França.
Do outro do Canal, a economia do Reino Unido perderia ainda mais: 57 bilhões de euros por ano. Um empobrecimento de 900 euros por pessoa. Só a região de Londres registraria um impacto de 5 bilhões de euros.
"As regiões mais afetadas são tipicamente aquelas com a indústria mais forte, como o setor automotivo em países como Alemanha, Espanha ou Itália", explicou Dominic Ponattu, responsável pelo estudo.
Suave – Mesmo que europeus e britânicos cheguem a um acordo e que o divórcio seja realizado dentro de um entendimento, o levantamento alerta que todos perderiam. Salvo aqueles fora do bloco.
Para o Brasil, os ganhos seriam de cerca de 900 milhões de euros por ano. Para a UE, porém, as perdas seriam de 22 bilhões de euros por ano.
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