Quando a imprensa está sob ataque, é a liberdade que está em jogo
GENEBRA – Um ato do capitão Jair Bolsonaro abre espaço para pensar que, talvez, exista de fato uma ofensiva para calar vozes da imprensa que questionem seu governo ou que simplesmente façam o trabalho de apuração.
Inaceitável é o que ocorreu neste domingo com a manipulação da qual foi vítima a repórter do Estado de S. Paulo, Constanza Resende, jornalista que tem revelado alguns dos fatos mais importantes no que se refere às suspeitas de depósitos nas contas de funcionários e familiares do clã Bolsonaro.
Se por si só a manipulação de um site pró-Bolsonaro com uma falsa entrevista com a jornalista poderia já ser considerado como grave, o caso ganhou uma outra proporção quando a suposta notícia foi difundida nas redes sociais pelo próprio capitão e, depois, por seu filho Eduardo Bolsonaro.
Há poucas semanas, a pastora Damares Alves, que ocupa o cargo de ministra de Direitos Humanos, disse na ONU que o programa de proteção a defensores de direitos humanos incluiria também comunicadores. Será que os jornalistas ameaçados como resultado de atos do governo do capitão Bolsonaro também serão protegidos?
Insuportável e intolerável para uma democracia ver seu presidente difundir tal mentira, dando salvo conduto para que seus apoiadores proliferem assédios online e colocando em risco a segurança pessoal de uma profissional. Quando um chefe-de-estado faz uso de uma manipulação escancarada, o que está em risco não é apenas a imprensa. Mas a cidadania.
Quando a imprensa está sob ameaça, é a democracia que está em questão. Será apenas com a livre circulação de informação que uma sociedade se mantém livre. E disso não abriremos mão.
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