Renda de amistosos pode ter servido para comprar imóvel nos EUA
Investigação espanhola aponta para suspeitas de que dinheiro que pagou por imóvel na Flórida veio de contas supostamente usadas por Ricardo Teixeira para receber receita de amistosos da seleção.
GENEBRA – Para onde foi o dinheiro dos amistosos da seleção que deveria ter sido usados para desenvolver o futebol nacional, ajudar modalidades femininas ou bancar clubes à beira da falência?
De acordo com a investigação da procuradoria da Espanha, parte dele pode ter ajudado Ricardo Teixeira a pagar por um imóvel, na Flórida.
Nesta semana, começou na Espanha o julgamento de Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona e parceiro de Teixeira. Ele é acusado de ter feito parte de um esquema que permitia retirar parte da renda dos amistosos da seleção e deposita-los em contas controladas pelo cartola brasileiro, em paraísos fiscais.
A investigação começou na Espanha depois que, em 2013, publiquei com exclusividade como Rosell criou uma empresa – a Uptrend – para receber milhões de euros, supostamente por serviços prestados durante mais de uma dezena de amistosos do Brasil a partir de 2006. Os documentos ainda apontam que "Rosell foi o máximo responsável por uma organização dedicada a lavagem de dinheiro."
Ele nega qualquer irregularidade, enquanto seus advogados na Espanha insistem que ele ajudou a CBF a aumentar sua renda.
Para os procuradores espanhóis, porém, o esquema servia para desviar recursos e uma parte substancial iria justamente para Teixeira, na época presidente da CBF.
Teixeira é acusado de ser o principal beneficiário da empresa Arvenel International Limited, criada nas Ilhas Virgens. A empresa recebeu da Fundação Regata US$ 862 mil entre 2008 e 2010, além de outros 219 mil euros em 2011.
A Fundação Regata, por sua vez, recebia seus recursos da Uptrend, empresa em nome de Rosell e que mantinha um contrato envolvendo a seleção. Nesse mesmo período, foram transferidos para ela 1,6 milhão de euros e US$ 310 mil.
A rota desse dinheiro termina nos Estados Unidos. A Arvenel transferiu US$ 2,1 milhões para a sociedade Silver Sands, na Flórida. O objetivo era o pagamento de um apartamento em Coral Gables, 2516, Ponce de León.
Nos últimos meses, Teixeira e seus advogados indicaram em entrevistas no Brasil que o ex-dirigente não cometeu qualquer tipo de irregularidade.
Nos documentos de sua defesa, Rosell insiste que todo o dinheiro recebido dos amistosos é legítimo e faz parte de comissões por seu trabalho. Na defesa, porém, ele não da explicações para as transações envolvendo o imóvel americano.
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